Quadro ‘A caipirinha’, de Tarsila do Amaral, é vendido pelo valor recorde de 57,5 milhões de reais
Obra pertencia ao empresário Salim Taufic Schahin, investigado na Lava Jato, e foi leiloada após decisão judicial
Foram cerca de 15 minutos e 19 lances. O suficiente para que um colecionador brasileiro arrematasse o quadro A caipirinha, de Tarsila do Amaral, por 57,5 milhões de reais. Seis pessoas se habilitaram para participar do leilão determinado por ordem judicial da obra que pertencia ao empresário Salim Taufic Schahin, investigado na Operação Lava Jato. Três colecionares disputaram o quadro, avaliado inicialmente em 47,6 milhões de reais.
É valor mais alto já pago por uma obra em venda pública no Brasil, segundo a Bolsa de Arte. A diferença do recorde anterior impressiona. Em 2015, a obra do pintor Alberto da Veiga Guignard, Vaso de flores, foi arrematada por 5,7 milhões de reais. Antes disso, em 2013, o quadro Superfície Modulada nº 4, de Lygia Clark, foi vendido por 5,4 milhões de reais. Tarsila do Amaral já havia quebrado esse recorde duas vezes. A primeira em 1986, quando sua gravura Cidade foi vendida por 370 mil dólares ― o maior valor de uma obra brasileira à época. Ultrapassou a barreira do milhão em 1995, com o Abaporu, vendido para o banqueiro argentino Eduardo Constantini por 1,3 milhões de dólares. No ano passado, o Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA) adquiriu o quadro A Lua da pintora brasileira. O valor não foi divulgado.
Ainda há dúvidas se o comprador poderá ficar com a obra. Isso porque o leilão é fruto de um embate jurídico entre uma dúzia de bancos, incluindo gigantes como o Itaú, Bradesco e Santander e a família Schahin, do grupo empresarial homônimo, que pediu falência e deve 2 bilhões de reais. No início deste mês, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Moura Ribeiro, negou pedido de tutela provisória que buscava suspender o leilão da obra. Apesar de manter o leilão, o juiz decidiu determinar o bloqueio do dinheiro, que deverá ser depositado em conta judicial, até que haja o julgamento de mérito do recurso, impetrado por um dos filhos de Schahin, Carlos Eduardo, que alega que a obra tinha sido doada a ele, pelo pai, há alguns anos atrás.
A tela A capirinha foi pintada em 1923 durante uma das estadias de Tarsila em Paris. De lá escreveu a sua família: “Na arte, quero ser a caipirinha de São Bernardo, brincando com bonecas de mato, como no último quadro que estou pintando”, conta junto a um esboço. A obra segue em exposição até esta sexta, às 19h na Bolsa de Arte, em São Paulo: Rua Rio Preto, 63, Jardins.
Com informações da Agência Brasil.
Tu suscripción se está usando en otro dispositivo
¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?
Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.
FlechaTu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.
Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.
En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.
Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.