Morre Joseph Safra, homem mais rico do Brasil e um dos banqueiros mais ricos do planeta, aos 82 anos
Fundador do Grupo Safra faleceu nesta quinta-feira de causas naturais, segundo nota da empresa
Joseph Safra, 82 anos, banqueiro e fundador do Grupo Safra, morreu nesta quinta-feira em São Paulo de causas naturais, segundo nota divulgada pela empresa. Com uma fortuna avaliada em cerca de 119 bilhões de reais, Safra era um dos banqueiros mais rico do planeta e homem mais rico do Brasil, segundo ranking da revista Forbes.
Filho de Esther e Jacob Safra, Seu José, como era chamado pelos mais próximos, nasceu no Líbano e imigrou para o Brasil na década de 60 para ajudar na expansão dos negócios da família de origem judaica, que desde os anos 1800 operavam uma casa de câmbio entre moedas de diferentes países da Ásia, Europa e África. Em 1953, seu pai e seu irmão Edmond desembarcaram no país trazendo na bagagem a expertise do Banco E. Jacob, aberto na década de 1920 no Líbano. O Brasil vivia um período de crescimento no pós-guerra, ao contrário do que acontecia no Oriente Médio com o acirramento dos conflitos entre judeus e árabes após a criação do Estado de Israel, em 1948.
Após a morte do patriarca, em 1963, os irmãos Edmond, Joseph e Moise assumiram os negócios. Edmond, que sofria de mal de Parkinson, morreu em um incêndio criminoso em Monte Carlo, em 1999. Sua viúva Lily Safra, com quem foi casado por 23 anos, sobreviveu ao incêndio tornando-se uma das mulheres mais ricas do mundo. Desde a morte do irmão, Joseph se empenhou para comprar a parte de Moise no negócio, o que conseguiu em 2006, após utilizar como estratégia, inclusive, a abertura de um banco concorrente, de nome semelhante ― J.Safra ― em frente a sede da instituição financeira na avenida Paulista, em São Paulo.
Joseph Safra era casado desde 1969 com Vicky Sarfaty, com quem teve quatro filhos ― Jacobo, Esther, Alberto e Davi ― e 14 netos. Famoso como um empresário averso ao risco, um paradoxo para quem sempre atuou em um mercado cujo risco é uma das moedas correntes, preferia, no entanto, ser conhecido como filantropo e amante das artes. “Viveu uma vida exemplar, simples e reservada, sem ostentação, longe da exposição geral. Sempre dizia ter muito orgulho da cidadania brasileira e de torcer pelo Corinthians”, informou o banco em nota.
Os embates entre Joseph e o irmão Moise parecem se repetir na história da família, agora com seus próprios filhos. Os irmãos tomaram de assalto o noticiário econômico no final de 2019 quando Alberto deixou o conselho da companhia por discordar dos rumos que o irmão, Davi, queria para o projeto da carteira digital do banco.