Bombeiros encontram vítima 37 horas após desabamento de prédio em Fortaleza
Três mortos foram encontrados nos escombros e seis pessoas seguem desaparecidas. Ainda não há confirmação se a pessoa resgatada, de fato, sobreviveu. Buscas continuam nesta quinta
Os socorristas que trabalham nos escombros do edifício Andrea, em Fortaleza, já localizaram três pessoas mortas, vítimas do desabamento. Há ainda seis desaparecidos, e outras oito vítimas foram resgatadas com vida. Dois dos corpos retirados do local do incidente passam por perícia para identificação. Ambos são de mulheres. Os bombeiros já haviam retirado das ruínas do edifício o corpo de Frederick Santana dos Santos, de 30 anos. Ele não morava no prédio que desmoronou, mas trabalhava no mercadinho localizado ao lado e que foi atingido pelo desabamento.
"Estamos trabalhando para localizar as sete [vítimas] vivas", disse Eduardo Holanda, comandante dos Bombeiros. "Tem toda a possibilidade de acharmos gente viva. A estrutura tem bolsões e essas pessoas podem estar lá. Estamos trabalhando incessantemente para resgatá-las", completou. "Nas últimas horas, a gente não captou sons. Mas isso não é motivo pra achar que não tem gente viva, até porque a gente sabe que quanto mais o tempo passa mais as pessoas ficam debilitadas". Segundo Holanda, o maquinário pesado só será usado "quando vermos que não conseguiremos mais encontrar pessoas com vida".
De acordo com moradores da região, sabia-se que a condição do prédio não era boa. "Isso foi uma tragédia anunciada", disse uma amiga da psicóloga Nayara Pinho, de 30 anos. Inicialmente, chegou a ser informado que a jovem havia sido resgatada com vida após 37 horas após o acidente, na noite de quarta, mas ela foi posteriormente identificada como a quinta vítima fatal retirada dos escombros.. "Ela já tinha dito pra gente que o prédio estava acabado. E que os moradores não autorizaram a reforma. Ela devia estar saindo pra trabalhar. A gente está aflito", comentou a amiga. O pai de Nayara, Antônio Gildásio, de 60 anos, segue desaparecido.
Os bombeiros já trabalham há quase 40 horas no resgate. Buscam cinco moradores do edifício que estão desaparecidos e foram reclamados por familiares, além do zelador e de um técnico de ar-condicionado que trabalhava no local. Como a energia foi cortada para reduzir os riscos de novos sinistros por conta da fiação atingida no desastre, tudo só funcionava com geradores, colocados a três quadras de distância do prédio para que o barulho não atrapalhasse as buscas.
Foi assim a madrugada inteira. Um silêncio forte tomava a rua, enquanto os socorristas tentavam identificar vítimas ainda com vida por meio de varreduras sonoras. Eles chegaram a mandar desligar todas as viaturas no entorno do desabamento nesta terça à noite. Sem respostas, acionaram os cães farejadores, que identificaram cinco pontos nos quais eles esperam localizar os desaparecidos.
"Se tiver vida, os cães detectam imediatamente. Eles sentem o cheiro de sangue e até o menor dos gemidos. O trabalho deles é determinante. Se eles não encontrarem nada, pode significar que não há mais vivos. Aí, as máquinas entram em ação", explica o bombeiro Hugo Silva. A remoção dos escombros deverá durar pelo menos sete dias.
Por enquanto, os bombeiros permanecem trabalhando nos cinco pontos identificados pelos cães farejadores e usando apenas ferramentas de baixo impacto para evitar qualquer instabilidade que dificulte o resgate de pessoas com vida. O dia amanheceu com chuva em Fortaleza, mas o comandante dos Bombeiros Eduardo Holanda afirma que ela não tem atrapalhado as buscas. "Vamos aumentar hoje nosso poder operacional de forma que a gente só para a operação quando todas as vítimas forem encontradas".
Um inquérito para investigar as causas da tragédia foi instaurado pela Polícia Civil do Estado do Ceará. Segundo informações da Secretaria de Segurança Públicas, testemunhas começaram a ser ouvidas, e as apurações estão em andamento. O órgão informa que detalhes da investigação não serão divulgados para não comprometer o trabalho dos policiais.
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