Bolsonaro é internado em hospital paulista para passar por quarta cirurgia
Presidente será submetido a uma operação para corrigir uma hérnia que surgiu em consequência das demais intervenções por conta da facada que recebeu no ano passado


Por volta das 20h deste sábado, o presidente Jair Bolsonaro deu entrada no hospital Vila Nova Star, em São Paulo, para se submeter à quarta cirurgia desde que sofreu um atentado a faca enquanto fazia um ato de campanha em Juiz de Fora, em setembro do ano passado. A intervenção ocorrerá às 7h da manhã deste domingo e tem o objetivo de corrigir uma hérnia incisional provocada pelas demais operações feitas em consequência da facada. A previsão é de que ele passe dez dias em recuperação, mas o presidente deve se afastar do cargo apenas nos três primeiros deles. Neste período, o vice-presidente Hamilton Mourão assume o Planalto.
Quando chegou no hospital, Bolsonaro estava acompanhado da esposa Michelle e do filho Carlos. O presidente, que durante o dia participou de um desfile pela celebração da Independência do Brasil, não falou com a imprensa. O procedimento cirúrgico ao qual será submetido é considerado de médio porte e deverá durar em torno de duas horas. E será feito pelo médico Antônio Macedo, que acompanha o presidente desde que ele foi transferido da Santa Casa de Juiz de Fora, onde recebeu o primeiro atendimento e passou por uma operação emergencial, para São Paulo.
Segundo uma nota divulgada pelo hospital Vila Nova Star, a hérnia incisional —uma saliência de tecido— está localizada na parede abdominal, perto do local atingido pela facada. O médico deverá reabrir o abdômen do presidente e suturar cada camada: peritônio, tecido muscular, tecido gorduroso subcutâneo e pele. Caso o tecido muscular do presidente esteja muito fragilizado, os médicos deverão colocar uma tela de polipropileno para reforçar o local. Na véspera da cirurgia, o médico Antonio Macedo, chegou a elogiar o estado de saúde do presidente, conforme consta em nota do hospital.
Jair Bolsonaro foi atingido por Adélio Bispo de Oliveira, que meses após o atentado foi considerado inimputável pela Justiça por ser diagnosticado com problemas mentais. O autor do crime acreditava que Bolsonaro fazia parte de uma conspiração para exterminar os partidos de esquerda e as minorias e que ele havia sido designado por Deus para matar o então candidato do PSOL.
O presidente sobreviveu graças ao rápido atendimento que teve na Santa Casa de Juiz de Fora, onde chegou com uma grave hemorragia interna e precisou ser operado com urgência. Passou por uma cirurgia exploratória que identificou perfuração nos intestinos grossos e delgado. Desde então, voltou outras duas vezes para a sala de cirurgia: primeiro para corrigir complicações nos reparos feitos na cirurgia emergencial e depois para a retirada de uma bolsa de colostomia que o acompanhou por meses.