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Espanha falha na primeira tentativa de formar Governo

O socialista Pedro Sánchez, único candidato, não conseguiu a maioria absoluta necessária para ser levado ao cargo. Nova votação acontece na quinta

O presidente do Governo interino e candidato socialista, Pedro Sánchez.
O presidente do Governo interino e candidato socialista, Pedro Sánchez.Álvaro García

A primeira tentativa de se formar um novo Governo espanhol falhou. Nesta terça-feira, o candidato socialista Pedro Sánchez, único na disputa que acontece no Parlamento, conseguiu apenas 124 votos favoráveis, bem longe dos 176 que precisava para ser eleito presidente do Governo. Aos 123 votos de seu partido, o PSOE, só se uniu um único deputado do Partido Regionalista de Cantábria (PRC), José María Mazón. O resto da Câmara preferiu abster-se (52) ou negá-lo (170). Entre as abstenções, estava o potencial aliado esquerdista Unidas Podemos, que em seu posicionamento decidiu ter um gesto de boa vontade para continuar a negociação —a sigla tem 42 cadeiras. O PSOE ganhou a eleição geral na Espanha em maio, mas como não obteve a maioria das cadeiras na Câmara dos Deputados (176) precisa do apoio de outros partidos para que seja indicado como presidente do Governo. Uma nova votação será feita nesta quinta.

A maioria dos partidos têm criticado a postura de Sánchez, vista como de pouco esforço e dedicação à negociação para convencer as outras siglas que o apoiem na nomeação. As posições dos grupos desde o início da chamada sessão de investidura, iniciada nesta segunda com um discurso do candidato socialista e debates com outros partidos, não se moveram das inicialmente previstas. A votação desta quinta é, a princípio, mais fácil: ele precisa apenas obter mais votos favoráveis do que contrários. Mas mesmo isso ainda não é garantido.

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No dia da primeira votação, o protagonismo das discussões ficou por conta dos representantes dos partidos independentistas catalães, Junts per Catalunha e ERC —o primeiro, uma agremiação herdeira da direita catalã; o segundo, mais à esquerda e moderado, que poderia estar mais aberto aos acordos com Sánchez e levar para ele suas 15 cadeiras.

“Você sempre se esquece, senhora Borràs, da metade dos catalães. Você não reconhece a legitimidade do Estado. Você não reconhece os partidos que não são nacionalistas”, assinalou Pedro Sánchez a Laura Borràs, porta-voz de Junts per Catalunha, durante o debate. Com isso, o candidato socialista (e atualmente presidente interino) deixou claro que  não permitirá o descumprimento da lei, como no referendo de outubro de 2017, que culminou em uma declaração unilateral de independência e acabou com a intervenção do Governo espanhol na província autônoma e a destituição de todos os seus líderes. “O que aconteceu na Catalunha, já lhe adianto, senhora Borràs, não voltará a ocorrer”, continuou Sánchez.  A porta-voz independentista tem acusado Sánchez de não respeitar Quim Torra, o presidente da Generalitat (como é chamado o Governo autônomo catalão).

Após a eleição fracassada, Sánchez não deixou o Congresso, mas permaneceu em seu escritório na área reservada ao Governo com os principais representantes da negociação. Segundo fontes socialistas informaram à agência EFE, o PSOE deverá chamar novamente o Unidas Podemos para fazer uma nova oferta em troca de apoio.

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