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Neoenergia, controlada pela espanhola Iberdrola, estreia na Bolsa com forte alta

Empresa energética lança ações na Bovespa num valor de 20,63 bilhões de reais

Naiara Galarraga Gortázar
O presidente da Neoenergia, Mario Ruiz Tagle (ao centro), a presidenta-adjunta, Solange Ribeiro (à esq.), e o diretor de Finanças, Leonardo Gadelha (à dir.), durante a cerimônia de lançamento de ações da empresa na Bovespa, nesta segunda-feira.
O presidente da Neoenergia, Mario Ruiz Tagle (ao centro), a presidenta-adjunta, Solange Ribeiro (à esq.), e o diretor de Finanças, Leonardo Gadelha (à dir.), durante a cerimônia de lançamento de ações da empresa na Bovespa, nesta segunda-feira.Nelson Antoine (EFE)
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A empresa elétrica brasileira Neoenergia, uma das maiores do setor no Brasil, controlada pela espanhola Iberdrola, estreou nesta segunda-feira na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Arrancou nos primeiros compassos uma alta de 7,7%, chegando a 16,68 reais por ação, e inclusive chegou a atingir quase 10%, embora na metade da sessão tenha moderado a alta para cerca de 8%. As ações eram negociadas a 15,65 reais, na maior oferta pública de ações do ano no mercado brasileiro e a maior de uma empresa do setor elétrico desde 2000.

O preço de saída dos títulos representava um valor de mercado da companhia, de aproximadamente 19 bilhões de reais, segundo nota da empresa. Nos primeiros minutos do pregão inicial, seu valor atingiu 20,63 bilhões de reais. Com a oferta em Bolsa de 17% de seu capital social (208 milhões de títulos), a oferta total ascendeu a 3,255 bilhões de reais. A empresa cota a partir de agora no índice Novo Mercado.

O grupo Iberdrola prevê investir, através da sua filial local, 26 bilhões de reais no Brasil no período 2018-2022. A Neoenergia, que gera, transporta, distribui e comercializa eletricidade, está presente em 18 dos 27 Estados brasileiros e atende 34 milhões de clientes, ou quase 20% dos brasileiros. Sua capacidade de produção é de 3,7 gigawatts, dos quais a imensa maioria (88%) provém de fontes renováveis, segundo a empresa.

Segunda tentativa

As ações da Neoenergia saem ao mercado em uma segunda tentativa depois do fracasso de 2017, quando a empresa suspendeu a operação por causa do desinteresse dos investidores em pagar o preço mínimo exigido (15,02 reais por título), aquém do preço de saída desta segunda-feira. No final de 2018, os sócios decidiram impulsionar novamente a oferta pública inicial de ações.

A Iberdrola mantém o controle da Neoenergia, com mais de 50% do capital social, depois de ter vendido 29,7 milhões de ações, enquanto o Previ, fundo de pensões do Banco do Brasil, mantém-se como sócio relevante, com 32,9%. Antes da oferta em Bolsa, o Previ possuía 38,2%, e o Banco do Brasil tinha 9,3%. O banco estatal, no entanto, se desfez de toda a sua participação (113 milhões de ações), e o Previ vendeu uma parte (quase 65 milhões de ações).

A saída do Banco do Brasil “é mais um passo na evolução natural da Neoenergia”, disse em São Paulo Mario Ruiz-Tagle, diretor-presidente da Neoenergia. “A estratégia não vai mudar. A estratégia sempre foi crescer, fundamentalmente, em nossas áreas de crescimento orgânico, em distribuição, em continuar a fazer investimentos em energias renováveis, e aproveitar todas as oportunidades que o Brasil oferece de continuar apoiando o desenvolvimento da infraestrutura energética [brasileira]”, acrescentou o diretor, que qualificou o momento atual de “transcendental”.

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