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Força tarefa da Lava Jato reclama de ataques cibernéticos sofridos desde abril

Invasão de hacker, que clonou celulares de procuradores e do ministro Sergio Moro, foi comunicada à PGR; Equipe reclama de tom “tendencioso” de reportagem do 'The Intercept Brasil'

O procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol, em vídeo publicado nesta segunda.
O procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol, em vídeo publicado nesta segunda.
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A força tarefa da Lava Jato anunciou nesta segunda que vem sofrendo ataques cibernéticos de um hacker desde o mês de abril deste ano. Segundo nota divulgada à imprensa, membros do Ministério Público Federal tiveram celulares e aplicativos de mensagens invadidos e clonados. “Pelo menos desde abril os procuradores da força-tarefa vêm sendo atacados, portanto, muito antes das notícias de ataques veiculadas na última semana”, informa o comunicado , em referência à notícia que veio a público na semana passada sobre a invasão ao celular do ministro Sergio Moro na última terça-feira, dia 4.

 Em editorial, o The Intercept Brasil explicou que os arquivos de mensagens, obtidos pela fonte anônima, foram recebidos semanas antes da notícia do celular hackeado do ministro da Justiça. Ainda segundo a força tarefa, as tentativas de ataques cibernéticos aos procuradores da Lava Jato foram comunicados à Polícia Federal e à Procuradoria Geral da República.

“O modo de agir agressivo, sorrateiro e dissimulado do criminoso é um dos pontos de atenção da investigação”, afirma a força tarefa. Segundo o comunicado, o invasor virtual se aproveitou de falhas da rede telefônica. “O  hacker clonou números de celulares de procuradores e, durante a madrugada, simulou ligações aos aparelhos dos membros do MPF. Para tanto, valeu-se de “máscaras digitais”, indicando como origem dessas ligações diversos números, como os dos próprios procuradores, os de instituições da República, além de outros do exterior”, afirmou.

Acostumados a colocar políticos e empresários nos holofotes, os membros da Lava Jato se viram no centro das atenções com seus diálogos e conversas internas vazadas pela reportagem do The Intercept Brasil, e amplificada pela mídia nacional e internacional. Logo após a divulgação da reportagem, a força tarefa reclamou do tom “tendencioso” das informações e o fato de não terem sido procurados para repercutir as informações levantadas. “Merece registro o fato de que nenhum pedido de esclarecimento ocorreu antes das publicações, o que surpreende e contraria as melhores práticas jornalísticas”, afirmaram em nota. “Além disso, é digno de nota o viés tendencioso do conteúdo divulgado, o que é um indicativo que pode confirmar o objetivo original do hacker de, efetivamente, atacar a operação Lava Jato, aspecto reforçado pelo fato de as notícias estarem sendo divulgadas por site com nítida orientação ideológica”, afirmaram.

Em editorial, os jornalistas do Intercept alegaram que “ao contrário do que tem como regra, o Intercept não solicitou comentários de procuradores e outros envolvidos nas reportagens para evitar que eles atuassem para impedir sua publicação e porque os documentos falam por si. Entramos em contato com as partes mencionadas imediatamente após publicarmos as matérias, que atualizaremos com os comentários assim que forem recebidos.”

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