Uber revela seus segredos e ambições a Wall Street
Companhia procura uma avaliação em Bolsa próxima de 100 bilhões de dólares
O Uber deu um passo formal para começar a negociar ações em Wall Street, ao publicar o prospecto em que detalha os méritos de uma transação com a qual espera arrecadar um bilhão de dólares (3,88 bilhões de reais), embora essa cifra possa se multiplicar por dez. O serviço alternativo ao táxi revela assim alguns de seus segredos e ambições na busca por obter uma avaliação próxima aos 100 bilhões. A estreia na Bolsa de Nova York é esperada para o começo de maio.
Esta avaliação inicial estaria abaixo dos 120 bilhões previstos pelos bancos no ano passado. A cifra mais conservadora pode ser reflexo das dificuldades que o Lyft enfrenta desde sua estreia na Bolsa, há apenas duas semanas. O grande rival do Uber nos EUA cresceu 30% inicialmente, mas em seguida desinflou e agora tem ações negociadas por um valor 15% do fixado na oferta inicial.
Como no caso do Lyft, a questão é saber por quanto tempo os investidores estão dispostos a aceitar que seu negócio não seja rentável. A companhia de mobilidade perdeu 997 milhões de dólares no exercício de 2018. Isso é apenas um quarto do prejuízo no ano anterior. O prejuízo operacional é de 1,85 bilhão de dólares. O faturamento melhorou 42%, chegando a 11,27 bilhões, mas desacelerou.
O Uber aposta em mudar a maneira como as pessoas se locomovem. Isso terá implicações para os próprios fabricantes de automóveis, que já antecipam uma queda na propriedade de carros. Nesse sentido, a empresa esclarece que opera em mais de 700 cidades e faz 14 milhões de viagens diárias. Desde que o serviço foi lançado, acumula mais de 10 bilhões de viagens, cifra que duplicou em um ano.
“Nossos clientes viajaram 41,8 bilhões de quilômetros em nossa plataforma em 2018”, diz o executivo-chefe Dara Khosrowshahi. A população somada nos 63 países onde oferece seu serviço é de 4,1 bilhões de pessoas. "O potencial é enorme", diz. O Uber estima que nesses mercados foram percorridos 7,5 trilhões de quilômetros em viagens menores que 50 quilômetros.
Fatores de riscos
O Uber contava ao final do ano passado com 91 milhões de consumidores ativos por mês, 35% a mais que um ano antes. Esse crescimento se deve a serviços como a entrega de comida em domicilio. O documento inclui um mapa com a extensão geográfica da plataforma. Os EUA são o seu maior mercado, onde o Uber controla 65% do setor. A mesma penetração é registrada na Europa e na América Latina. No Oriente Médio é de 50%, assim como na Índia.
Trata-se do rival a bater. Mas também enfrenta riscos, entre os quais cita a guerra de preços que trava com outros serviços concorrentes que buscam ampliar sua fatia de mercado. Também fala do impacto da reclassificação dos motoristas que participam da plataforma. E se menciona, entre outros fatores que podem afetar o negócio, o sucesso na comercialização de novos produtos como os veículos autônomos, as bicicletas elétricas e os patinetes.
Embora a proposta de oferta inicial estabeleça como objetivo arrecadar um bilhão de dólares com a venda das ações, espera-se que esse valor possa chegar a 10 bilhões. Essa oferta pública inicial, portanto, será maior que a do Lyft e a mais importante desde a do Alibaba em 2014. Além disso, seu faturamento equivale a cinco vezes o do rival. Controla 38% do capital da russa Yandex, 15% da chinesa Didi e 23% do Grab.
A operação é liderada pelo Morgan Stanley e pelo Goldman Sachs, embora 29 entidades colocadoras participem da oferta. O símbolo eleito é UBER. Ainda falta determinar quantas ações seus proprietários irão liberar para que entrem outros investidores, e indicar o preço em função da demanda. O Lyft optou pela Nasdaq como plataforma para negociar. No seu caso, arrecadou 2,3 bilhões de dólares (8,9 bilhões de reais).
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