9 fotosNUTRIÇÃOOito alimentos que compramos para emagrecer e que na verdade engordamSeja por seu processamento ou pela forma de prepará-la, a comida ‘light’ oculta açúcar e gorduras que não fazem bem algumSalomé García11 mar. 2019 - 20:21BRTWhatsappFacebookTwitterLinkedinLink de cópiaBuscar uma dieta saudável com o mínimo esforço abre as portas aos “falsos amigos”, esses alimentos cujo pacote ou apresentação sugerem que não engordam mesmo comendo punhados e mais punhados. Mas, ao final, muitos deles nos injetam muito mais calorias, açúcares e gorduras do que acreditamos. Se você é desses que enchem a despensa de alimentos light convencido de estar se livrando dos pneuzinhos, temos más notícias. “Alguns estudos indicam que o consumo de alimentos light pode aumentar a ingestão de energia na dieta, sobretudo com alimentos supérfluos”, sentencia Manuel Moñino, dietista-nutricionista da área de gestão do conhecimento científico da Academia Espanhola de Nutrição e Dietética e presidente do Colégio Oficial do Dietistas-Nutricionistas das Ilhas Baleares. Estes são alguns dos alimentos suspeitos.Descrever um leite ou derivado como totalmente desnatado pode ser um chamariz bastante potente, por mais injusta que seja a má fama do leite integral. Consumi-lo não é um problema em si, e “na verdade é uma opção adequada para a população geral”, diz o dietista-nutricionista. O ruim é que, para tornar o produto mais palatável, são adicionados açúcares. “Há inclusive consumidores que põem algum tipo de adoçante antes de consumi-lo. Se for o caso, sempre em pequenas quantidades, embora o mais saudável seja acrescentar frutas frescas ou secas”.O tempero e os complementos costumam ser o tentador pecado das saladas prontas para o consumo: croutons, cebola frita, tiras de bacon… Para não falar desses molhos deliciosos, com calorias suficientes para disputar uma prova de ciclismo de montanha em pleno verão. “Em princípio, as saladas são uma opção muito saudável e facilitam o consumo de verduras. Mas seus temperos e os ‘assessórios’, especialmente os de origem animal, fornecem com muitas calorias em forma de gorduras”, revela Moñino. Se escolhermos esse tipo de salada, o melhor é temperá-las apenas com azeite de oliva extravirgem.Se você é dos que substituem uma fatia de pão por torradinhas ou grissini, reveja. “O pão sem miolo tem mais energia que o pão fresco, porque quase não contém água”, e a receita costuma incluir algum tipo de gordura vegetal (normalmente, azeite de girassol ou de palma). “Não é o caso do pão tipo wasa, feito com uma mistura de farinhas, grãos e sementes (de trigo integral, centeio, aveia…) e menos calórico que uma torrada. Agora, a opção mais adequada continua sendo o pão tradicional, especialmente o integral”, salienta Moñino.Para compensar o sabor forte do peixe, é acrescido açúcar ao arroz, o que, aos olhos de Moñino, tampouco merece a desqualificação. “No âmbito de uma alimentação saudável não é um problema, já que as quantidades desta preparação que costumam ser consumidas de forma habitual não são elevadas. É uma opção mais recomendável que outros pratos à base de carnes com guarnições de batatas fritas, por exemplo”. Quanto às propriedades nutricionais da alga, o mais provável é que você nem as aprecie. Se a sua árvore genealógica não está ligada ao Oriente, é provável que você não disponha da bactéria Bacteroides plebeius nem de certas enzimas (as porfirases) que habitam o trato intestinal dos japoneses e lhes permitem assimilar os nutrientes das algas. Nem todo sushi engorda, mas tampouco é a panaceia.Um dos grandes sucessos da indústria dos salgadinhos nos últimos anos: grudar a palavra light no termo “batatas” e eliminar, como quem não quer nada, o sobrenome “fritas”. Essa estratégia cria no consumidor a ilusão de estar comendo algo aparentemente leve como uma pluma. Uma sensação que aumenta com a textura suave e seca desses aperitivos. E aí está a armadilha: o fato de não espalhar sal e manchas de óleo nos guardanapos não significa que possam ser devoradas à vontade. “Se umas batatas fritas de saquinho têm umas 550 quilocalorias por 100 gramas, as light teriam pelo menos 385. Essas cifras ainda representam um conteúdo energético considerável para consumir em quantidade elevada. E muito menos para incluí-las em nossa alimentação habitual”, adverte o dietista-nutricionista.Se as bolachas Maria são consideradas erroneamente como uma opção saudável, inclusive para bebês, suas primas light costumam penetrar entre os aperitivos dos obcecados pela baixa ingestão de calorias. Má ideia: light não significa sem calorias, só “um pouco menos”, dentro de um panorama bastante calórico. “Reduzir 30% das calorias suavizando o conteúdo de gorduras ou de açúcares não as transforma em uma opção saudável. Pior ainda se, com a desculpa de serem lights, aumenta-se seu consumo. São alimentos que jamais devem fazer parte de nossa alimentação habitual”, salienta o acadêmico.Um estudo da OCU revela que uma geleia light (com açúcar e adoçantes) contém 35 gramas de açúcares por cada 100 gramas, contra os 50 gramas de uma geleia normal. Embora não inclua açúcares adicionais, a fruta já tem os seus próprios. E o estudo ANIBES nos recorda que justamente as geleias ocupam um honorável sétimo lugar entre os alimentos que mais açúcar fornecem à dieta dos espanhóis. Talvez não entendamos que o fato de ter menos calorias não fará que não engordemos com ela.Desde que o açúcar branco caiu em desgraça, outros adoçantes ocuparam seu lugar e, habitualmente, com o falso adendo de “saudáveis”, que por algum estranho mecanismo mental interpreta-se como “isto não engorda”. “São opções similares ao açúcar em sua finalidade de adoçar. Talvez com um conteúdo calórico ligeiramente menor, ou com um baixo nível de refino, mas sempre serão açúcares acrescentados, e devem ser controlados na dieta habitual”, diz o especialista. Pode ser que o mel, o agave e a rapadura sejam saudáveis, mas também engordam.