Brumadinho: as últimas notícias sobre o rompimento de barragem da Vale
Número de mortes na tragédia chega a 179, mas buscas por 131 pessoas desaparecidas continuam

A tragédia provocada pelo rompimento da barragem da mineradora Vale em Brumadinho (MG) ainda mobiliza uma intensa operação de buscas pelos desaparecidos. Balanço divulgado em 25 de fevereiro pelo Corpo de Bombeiros e pela Defesa Civil de Minas Gerais, quando a tragédia completou um mês, aponta que foram encontrados 179 corpos, mas 131 pessoas continuam desaparecidas. A barragem 1 de rejeitos de minério de ferro da Mina do Feijão rompeu no início da tarde do dia 25 de janeiro, uma sexta-feira, deixando um rastro de destruição e mortes no município, que fica na região metropolitana de Belo Horizonte e tem cerca de 36.000 habitantes.
Além das mortes causadas, o tsunami de rejeitos de minério de ferro soterrou casas, pousadas e sítios, atingiu o rio Paraopeba (um dos afluentes do rio São Francisco), e provocou danos ambientais tão graves quanto os gerados pelo desastre de Mariana (2015).
Os destaques da cobertura da tragédia da Vale:
- Um mês de luto sem corpo em Brumadinho. Familiares “morrem um pouco a cada dia”
- Inspeção apontou problemas na barragem, mas laudo de segurança foi emitido.
- A dura rotina de Daisy, Vinicius e Selmo na linha de frente das buscas.
- Vídeos mostram momento em que barragem de Brumadinho rompeu.
As últimas notícias de Brumadinho:


O que fazer quando empresas matam
Países têm o desafio de fazer com que grandes corporações, com receitas muitas vezes superiores a PIBs, respeitem os direitos humanos e sejam punidas por suas violações. Legislações, tratados e convenções focam na penalização de Estados e indivíduos. Reportagem de Regiane Oliveira: http://cort.as/-FBE-


Um mês de luto sem corpo em Brumadinho
Há um mês a auxiliar de cozinha Paloma da Cunha, de 22 anos, não consegue parar de rebobinar em sua cabeça as lembranças do tsunami de lama produzido após o rompimento da barragem I da mina de Córrego do Feijão, em Brumadinho. A enxurrada de rejeitos da mineradora Vale engoliu sua casa, levando embora o marido, o filho de 1 ano e 6 meses, a irmã de 13 anos e o futuro como ela tinha imaginado. Paloma foi a única da residência que sobreviveu. A reportagem é de Heloísa Mendonça, enviada especial a Brumadinho: http://cort.as/-FBB9
Até 25 de fevereiro, quando a tragédia causada pela Vale em Brumadinho completou um mês, 179 mortes haviam sido confirmadas, mas os bombeiros continuavan a procurar pelos corpos de 131 pessoas desaparecidas, entre elas, o do filho de Paloma. "O meu bebê Heitor ainda não foi encontrado, eu fico ligando para saber notícias, mas até agora nada".
Crédito da Foto: Douglas Magno


A tragédia da Vale em Brumadinho completa três semanas nesta sexta-feira e as buscas pelos desaparecidos continuam. De acordo com o mais recente balanço divulgado pelas autoridades, o número de mortes confirmadas chega a 166, sendo que 160 corpos foram identificados, mas 155 pessoas seguem desaparecidas.
Na imagem, o interior de um escritório da mineradora atingido pelo tsunami de rejeitos. http://cort.as/-EpvQ
Foto: Douglas Magno/AFP



Na entrevista em conjunto com o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil, a Polícia Civil pediu que as famílias das vítimas ainda não identificadas ou localizadas procurem as autoridades em Brumadinnho para levar material genético que possa ajudar na identificação dos corpos. Dos 150 mortos resgatados sob a lama de rejeitos, 134 foram identificados.

Número de mortes confirmadas chega a 150
A Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais confirmaram, no início da tarde desta quarta-feira, 6 de fevereiro, que o número de corpos resgatados já chega a 150. Desses, 134 vítimas já foram identificadas, mas 182 pessoas continuam desaparecidas.
Apesar da chuva forte que atinge Brumadinho, as buscas continuam. Entretanto, o tenente Pedro Aihara, porta-voz do Corpo de Bombeiros, admitiu que o mau tempo prejudica o trabalho aéreo e atrasa a operação de resgate. Ainda segundo Aihara, tarefas que levariam quatro ou cinco horas estão levando o dobro do tempo devido à baixa visibilidade. Por isso, a força-tarefa vai discutir em uma reunião nesta quinta-feira as novas estratégias que podem ser usadas para a localização dos corpos que continuam soterrados.
O porta-voz dos bombeiros também explicou que os corpos localizados entre esta terça e quarta foram encontrados entre a área do vestiário da sede administrativa da Vale e o estacionamento, onde a operação tem centrado forças.

Inspeção apontou problemas, mas laudo de segurança foi emitido mesmo assim
Dois relatórios de inspeção da barragem da mina do Feijão realizados cinco meses antes de a estrutura ruir por completo apontaram problemas na estrutura. Ainda assim, os engenheiros responsáveis pelas avaliações, obtidas pelo EL PAÍS, não consideraram os problemas graves o suficiente para comprometer a barragem e acabaram por atestar sua segurança. Nesta terça-feira, três engenheiros responsáveis pelos laudos e dois executivos da Vale que regulavam o licenciamento e monitoravam o funcionamento da barragem foram colocados em liberdade por uma decisão liminar (provisória) do Superior Tribunal de Justiça. Leia na reportagem de Beatriz Jucá.

As buscas pelos desaparecidos na tragédia da Vale continuam nesta quarta-feira, 6 de fevereiro, 13º dia de operações de resgate. O último balanço oficial do Corpo de Bombeiros ainda estima em 134 o total de corpos resgatados, mas dados publicados na Vale na noite de terça-feira, 5 de fevereiro, apontam que já foram resgatados os corpos de 142 vítimas (citando informações da Defesa Civil).

Nova atualização sobre operação em Brumadinho
Vítimas: Óbitos: 134 Identificados – 120 Desaparecidos – 199 Localizados - 394
Efetivo: Total do efetivo: 412 Militares empenhados do CBMMG: 204 Militares da Força Nacional: 64 Bombeiros militares de outros estados: 104 Voluntários: 37
Empenho da Força Nacional: Os militares da Força Nacional estão empenhados em buscas com equipes mistas do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais e outros estados em várias regiões.
Logística: Máquina anfíbia – 3 (equipamento que transita tanto na água quanto na terra); Retroescavadeira e escavadeira – 12 Previsão total de 15 máquinas em operação
Aeronaves: 9 Cães: 14

Número de mortes chega a 134
A Defesa Civil de Minas Gerais confirmou, no início da tarde desta segunda-feira, que foram localizados 134 corpos de vítimas do rompimento da barragem da Vale. Outras 199 pessoas continuam desaparecidas. O Corpo de Bombeiros admitiu que está ficando cada vez mais difícil de localizar os restos mortais das vítimas do desastre, mas as buscas continuam no local.
Segundo o tenente Pedro Aihara, porta-voz do Corpo de Bombeiros, a operação deve levar ainda muito tempo para ser concluída.
"Questão de quantidade de corpos vai diminuir mesmo. Com relação a tempo de operação, vai durar meses certamente. Em Mariana, que teve um número muito menor de corpos, ficamos três meses e aqui a gente pretende operar por esse tempo. A gente só vai parar quando for impossível fazer um resgate de corpos", disse Aihara, segundo o jornal O Estado de Minas.


“Durante a operação não é cada um por si”: um dia com os bombeiros em Brumadinho
“Durante a operação não é cada um por si, mas todo mundo olhando todo mundo”, diz o capitão Farah, comandante da Companhia Operacional de Busca e Salvamento do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais.
Fotos: Douglas Magno . Reportagem: Heloísa Mendonça


A dura rotina de Daisy, Vinicius e Selmo na linha de frente das buscas em Brumadinho
EL PAÍS seguiu três integrantes dos bombeiros de Minas que há nove dias mergulham na lama da barragem da Vale para tentar encontrar os desaparecidos. "Estamos preparados, mas não acostumados. Ninguém nunca vai se acostumar". Leia a reportagem exclusiva de Heloísa Mendonça, que acompanhou os trabalhos de resgate no sábado. http://cort.as/-EV_D
Foto: Douglas Magno



Em entrevista coletiva agora, o tenente Pedro Aihara negou que os bombeiros reduziriam o efetivo ou encerrariam as buscas. "O corpo de bombeiros permanecerá, até que o último corpo seja entregue aos familiares das vítimas, ou então até o momento em que a recuperação de corpos se torne inevitável do ponto de vista fático, considerando a questão da decomposição da matéria orgânica", disse. "Até que esse momento seja atingido, ou até que o corpo de bombeiros entregue o último corpo, nós não emcerraremos a nossa operação".


