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Nicolás Maduro toma posse criticando “surgimento de um fascista como Bolsonaro”

Juramento do presidente da Venezuela ocorre sem representantes da UE, dos EUA ou do Grupo Lima. A única exceção do último grupo é o México

O presidente do Supremo venezuelano, Maikel Moreno, empossa Nicolás Maduro como presidente, nesta quinta-feira em Caracas.Foto: atlas | Vídeo: REUTERS | ATLAS
El País, com Agências
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O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, assumiu na quinta-feira um segundo mandato de seis anos, considerado ilegítimo por grande parte da comunidade internacional, com um país em ruínas e cada vez mais isolado. Maduro, de 56 anos, jurou perante a Suprema Corte de Justiça e não no Congresso, o único poder não oficial, em um ato iniciado às 10h em Caracas (12h no horário de Brasília). "Eu juro pelo legado do nosso amado comandante [Hugo] Chávez para as crianças na Venezuela: Eu não vou dar descanso a meu braço nem repouso a minha alma para defender a pátria", disse o presidente ao Chefe, Maikel Moreno . "O mundo é maior do que o império americano e seus satélites, e esse mundo está presente", disse o líder de Chávez a delegações internacionais presentes na cerimônia.

Também sobraram críticas para o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro. Ao pedir para que "se ouça a Venezuela" para, com diálogo, "resolver esta situação", Maduro reiterou suas denúncias habituais sobre uma onda de "intolerância" entre os governos de direita que se impuseram na região. Ele acusou a oposição venezuelana, chamando-a de "fascista", de "infectar" a "direita latino-americana e caribenha". "Vejamos o caso do Brasil e o surgimento de um fascista como o presidente Jair Bolsonaro", disse Maduro.

A União Europeia, os Estados Unidos e o Grupo Lima — formado por 14 países — não reconhecem a reeleição de Maduro e não enviaram representantes, com exceção do México. Apenas os presidentes de Bolívia, Cuba, El Salvador e Nicarágua e delegados de outros países aliados, como China, Rússia e Turquia, participaram.

O presidente foi reeleito em 20 de maio, numa votação boicotada pelos principais partidos da oposição, que os acusavam de fraude. De acordo com a Constituição, o presidente deveria ser empossado perante o Parlamento, com uma maioria de oposição, mas a Suprema Corte o declarou inabilitado, e os parlamentares foram substituídos pela Assembleia Constituinte no poder.

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