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Ministro diz que Bolsonaro não seguiu protocolo de segurança

Após atentado contra deputado do PSL, a PF vai reforçar segurança de outros quatro candidatos à presidência

Bolsonaro, momentos antes de ser esfaqueado, em Juiz de Fora (MG).
Bolsonaro, momentos antes de ser esfaqueado, em Juiz de Fora (MG).Antonio Scorza (AP)

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse que a coordenação da campanha e os familiares de Jair Bolsonaro (PSL) foram avisados pela Polícia Federal sobre os riscos que ele corria ao fazer atos de campanha no meio de multidões e sentado sobre os ombros de apoiadores. Os agentes de segurança disseram que, dessa maneira, ele se tornaria um alvo fácil para eventuais agressores. O alerta, contudo, foi ignorado. Bolsonaro foi estaqueado no abdômen na tarde de quinta-feira em Juiz de Fora (MG). Ele estava justamente na posição em que foi orientado a não ficar.

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“Candidato é um bicho difícil porque ele procura ter contato. Quem lida com segurança sabe que isso faz parte do jogo. O problema é quando você vai para uma situação de risco reiterada sobre a qual a segurança diz: ‘olha, não dá para fazer segurança nessas condições’. Foi chamada a atenção dele [Bolsonaro] e de outros candidatos também”, explicou Jungmann. As declarações foram dadas após o desfile cívico-militar de 7 de Setembro, em Brasília.

O ministro isentou a equipe da PF de responsabilidade indireta sobre o atentado. “Era uma situação em que você não tem controle, o candidato é levado de um lado para o outro sem que você consiga controlar a multidão”. Geralmente, Bolsonaro tem de 20 a 30 policiais que atende e são divididos em turnos. No momento em que foi esfaqueado, havia 13 policiais federais a sua disposição além de 50 policiais civis e militares que foram cedidos pelo governo de Minas Gerais.

O número foi considerado adequado pela equipe do ministério da Segurança Pública. Apenas para efeito de comparação, nas Olimpíadas do Rio de Janeiro em 2016, o então presidente da França, François Hollande, que era considerado como um alvo em potencial para atentados, tinha à disposição nove policiais federais.

Jungmann também afirmou que outra recomendação dada ao candidato foi a de evitar promover aglomerações em aeroportos, como ele tem feito desde a sua pré-campanha. “Esses não são espaços apropriados para receber multidões”, disse o ministro.

Por conta do atentado contra o candidato do PSL, a polícia ofereceu um aumento no efetivo que atende outros quatro presidenciáveis, além do próprio Bolsonaro. Segundo Jungmann, neste sábado coordenadores de segurança das campanhas eleitorais foram convidados a participar de uma reunião em Brasília na qual serão discutidas novas estratégias de segurança e reforçados os protocolos da PF.

Neste momento, a Polícia Federal trabalha com a tese de que o crime contra Bolsonaro foi um ato isolado. “É aquilo que chamamos de lobo solitário”, afirmou Jungmann.

Além de do agressor Adélio Bispo de Oliveira, há outros dois suspeitos de participar do atentado contra Bolsonaro. Apenas Oliveira está preso. Um dos outros suspeitos foi ouvido e liberado. O outro está hospitalizado porque foi agredido por apoiadores do candidato. Em princípio, conforme o EL PAÍS apurou, esses dois seriam apenas agitadores.

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