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Nomes bizarros e santinhos esdrúxulos: República dos Memes entra em temporada eleitoral

No Brasil, a festa da democracia também é sinônimo de excesso de photoshop e lemas de campanha sem sentido

Henrique Meirelles "sextou" e Kátia Abreu exagerou no photoshop.
Henrique Meirelles "sextou" e Kátia Abreu exagerou no photoshop.

Esqueça marqueteiros milionários, design gráfico premiado ou coerência de ideias. O que a República dos Memes do Brasil (esta instituição sagrada tupiniquim) realmente gosta são as propagandas eleitorais de raiz, com fotos retocadas em excesso, nomes de urna esquisitos, vídeos esdrúxulos e tudo o que faz a festa da democracia (ou show de horror?) valer a pena. Separamos alguns exemplos das pérolas que o eleitor irá encontrar este ano.

Antes de mais nada, SEXTOU! O candidato do MDB à presidência, Henrique Meirelles, mostrou nas redes sociais que ele também curte sextar, é chegado numa baladinha, é da night e ainda está esperando seu convite. Chama o hômi pra dançar.

Mas claro, as redes sociais não perdoaram o espírito jovial do candidato emedebista e sua tentativa de dialogar com as novas gerações.

A vice da chapa de Ciro Gomes (PDT), Kátia Abreu (PDT), foi acusada nas redes sociais de forçar a mão na edição de sua foto de campanha. Ela, que já havia recebido o prêmio "motosserra de ouro" em 2014 quando era ministra da Agricultura de Dilma Rousseff, agora é forte candidata ao "retoque dourado".

Mas se enganou, caro leitor, quem achou que Abreu ia ficar por baixo ao ser provocada na Internet. A candidata aproveitou a brecha e surfou na onda dos memes e contra-memes como "nunca d'antes na história" da política brasileira.

Slogan de campanha é coisa séria (ou não). A ex-jornalista Joice Hasselmann, responsável pela pouco aclamada série de youtube Pensando Juntos, vai disputar uma vaga de deputada federal pelo PSL, partido do ex-capitão do exército Jair Bolsonaro. Em seu santinho virtual ela adotou um slogan pouco ortodoxo,  brincando com o "Melhor Jair se acostumando", usado pelos seguidores do Bolsonaro. O lema rapidamente virou piada nas redes.

Nem o número escolhido pela candidata passou batido pelo amigo internauta, que fez uma ligação entra o 1.771 e o 171, artigo do código penal referente ao crime de estelionato. Como se não bastasse, também brincaram com o suposto plágio de seu slogan, inspirado no de Bolsonaro. Quando atuava como jornalista Hasselmann chegou a ser punida pelo Comitê de Ética do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná por ter plagiado mais de 50 reportagens em seu blog.

Que tal gravar sua propaganda eleitoral no meio de uma plantação de maconha? Foi o que fez o candidato a deputado estadual pelo PSOL André Barros. "Confirma e aperta o verde", diz o advogado. Captou?

O presidenciável Álvaro Dias foi comparado ao Coringa, vilão do Batman, e se disse honrado por ser um "coringa do bem". Coringa do bem é como boleto legal de pagar, ninguém nunca viu.

Ah, os nomes de urna... O importante é que seu candidato esteja "Alceu Dispor 24h". Senão nem vale a pena votar nele.

O clima do país é de polarização, mas é importante respeitar a opinião alheia e não perder a calma com os amigos e familiares. Depois da meia marguerita meia calabresa, surge o meio Lula meio Bolsonaro.

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