Apple se volta para a realidade aumentada na nova versão do iOS
Novo sistema operacional permitirá controlar notificações e o tempo de uso das telas
Cerca de 6.000 desenvolvedores de 77 nacionalidades, de um total de 20 milhões registrados no universo da Apple, aclamaram a novidades da empresa da maçã em San José (Califórnia), onde foi apresentado nesta segunda-feira o iOS 12, novo sistema operacional da companhia. O executivo-chefe Tim Cook salientou a necessidade de aprender a escrever programas de informática: “Queremos criar uma nova geração de programadores com pensamento crítico, com capacidade criativa. Colocar o consumidor no centro de tudo é a nossa prioridade. Queremos oferecer uma melhor experiência”.
O iOS, sistema operacional do iPhone e iPad, foi a prioridade. Craig Federighi, vice-presidente de engenharia de software, revelou os principais pontos da versão, que chegará junto com o novo iPhone, no segundo semestre. O iOS 12 quer romper alguns mitos. Primeiro, que os celulares ficam lentos com as atualizações.
Realidade aumentada
A Pixar, empresa que Steve Jobs criou antes de voltar para a Apple, lançou um formato dedicado à realidade aumentada. Um grande incentivo para os planos da Apple. “Queremos que as empresas possam se somar a esta forma de narrar”, disse Federighi.
A Apple está fascinada pelas possibilidades de misturar realidade e superposição de objetos e animações através da tela. A Lego foi uma das primeiras a aderir a essa promissora fórmula narrativa. Seus bonecos e construções se sobrepõem na tela e permitem jogar com amigos num espaço virtual compartilhado via Internet.
A onda de inteligência artificial também se soma para fazer algo que o Google desenvolveu com acerto na busca de fotos. A Apple permite procurar por conceitos, lugares ou melhores momentos. Além disso, a Siri, primeira assistente, quer se atualizar para ser mais prática e inteligente. Coisas como pedir um café no bar de confiança antes de chegar, recordar o aniversário da avó e avisar que o tempo está ruim para surfar. Estas sugestões se adaptarão às rotinas de cada usuário.
O News, aplicativo de notícias da Apple, até agora “personalizada e com fontes verificadas, escolhidas por nossos editores”, como gosta de salientar a empresa, inclui na nova versão informações das Bolsas em tempo real e também de fechamento de mercado.
Dentro do carro a Apple cedeu. Já não oferece seus mapas, mas incluem as duas estrelas do Google, o Maps e o Waze. Abre seu ecossistema em troca de oferecer um melhor serviço.
Notificações e uso
Conscientes da atenção que o celular demanda, a Apple permite silenciar as notificações à noite ou por períodos de tempo definidos. As notificações passam a ser mais bem organizadas por conversas e temas. Por último, o consumidor ficará consciente de seu vício com estatísticas que detalham o tempo que passam diante da telinha, com dados sobre a quantidade de vezes que desbloqueiam ou o quanto consultam o Instagram. “Você poderá limitar a quantidade de vezes que entra nos aplicativos mais viciantes”, alertou Federighi.
Os animojis, animações-máscara, deram um passo à frente. Agora detectam a língua para fazer um melhor acompanhamento. Também podem criar um avatar semelhante à nossa imagem no mundo real.
O FaceTime, seu equivalente ao Skype, acrescentará chamadas em grupo de até 32 pessoas de maneira simultânea. Algo que os concorrentes têm faz tempo.
Relógios inteligentes e televisão
O relógio de pulso foi o segundo formato ao qual a Apple prestou atenção. A empresa mantém sua obsessão em medir as rotinas do usuário para conhecer melhor seu consumo de calorias, pulsação e costumes, oferecendo uma avaliação mais precisa do seu estado físico. Outra novidade, com toque retrô, será a opção de transformar o relógio num walkie talkie.
A Apple TV, sua caixinha para ver televisão através da Internet, vem com melhoras. Oferecerá atualização para 4K de filmes previamente adquiridos, um salto em qualidade. A meta da Apple é eliminar completamente o decodificador. Através do software ela espera chegar a integrar os serviços de TV paga. Já anunciou um acordo inicial com o Canal+ francês como primeiro piloto fora dos Estados Unidos.
Por último chegou a vez dos computadores, os Macs. Cook frisou os 30 anos de experiência da empresa fabricando máquinas de uso pessoal e profissional. O novo MacOS será o Mojave, como o deserto da Califórnia. Entre as melhoras, a captura de vídeo ficou muito prática. Também as notas de voz, para poder registrar ideias conforme aparecem. Destacam-se ainda os aplicativo de Notícias e o Home, para administrar aparelhos domésticos.
“Pensamos que vocês devem ter o controle dos dados. Não porque tenham algo a ocultar, mas porque são seus”, disse Federighi, numa clara mensagem aos vizinhos de Menlo Park e Mountain View, o Facebook e o Google.
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