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China retira 2,3 toneladas de fezes humanas do Everest

Cerca de 30 pessoas recolhem um total de 8,5 toneladas de resíduos das encostas da montanha

homem recolhe lixo do Everest em 2010
homem recolhe lixo do Everest em 2010NAMGYAL SHERPA (AFP/Getty Images)
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O monte Everest, com uma altura de 8.848 metros, é a latrina mais alta do mundo. Cerca de 30 pessoas, limpando a montanha desde abril, já recolheram 8,5 toneladas de resíduos, sendo 2,3 toneladas de excrementos humanos, e uma tonelada de equipamentos de alpinismo, noticia o jornal chinês Global Times.

Os montanhistas salientam como a escassez de oxigênio torna difícil limpar a montanha, que marca a fronteira entre a China e o Nepal. “A limpeza a 8.000 metros sobre o nível do mar é quase tão complicada como alcançar o topo”, disse Ma Liyamu ao mesmo jornal. Esse escalador chinês subiu ao topo com um grupo de montanhistas em 2016 e agora participa da limpeza das encostas: “Quanto mais você sobe, há menos lixo doméstico e mais equipamentos de alpinismo, como cilindros de oxigênio, tanques de gasolina e barracas”.

Há no Nepal uma grande preocupação com as montanhas de lixo que se acumulam no monte. A Associação de Montanhismo do Nepal alertou em várias ocasiões sobre as enormes quantidades de excrementos humanos que se congelam e não se decompõem nas encostas do Everest. Por um lado, alertam para o problema da poluição que podem gerar e, por outro, para o risco sanitário pelo acúmulo desse material.

A temporada de escalada começa no fim de março e termina no fim de maio. Durante a última temporada de escalada, 202 alpinistas subiram pela parte tibetana e outros 446 pela nepalesa. Desde 2015, as autoridades do Tibete – que é parte da China – entregam a cada escalador dois sacos de lixo com capacidade para oito quilos. Se não as encherem, precisam pagar 100 dólares (438 reais) por quilo de lixo a menos.

Nenhum escalador foi multado neste ano, já que, segundo o Global Times, estão conscientes da importância de proteger o meio ambiente. A maioria do lixo recolhido na montanha, prossegue a reportagem, pode ser reciclada e transformada em souvenir para os turistas.

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