_
_
_
_
_

Prisão perpétua para dinamarquês que esquartejou jornalista sueca em um submarino

Prisão perpétua para dinamarquês que esquartejou jornalista sueca em um submarino

Kim Wall.
Kim Wall.TT NEWS AGENCY (REUTERS)
Mais informações
Polícia dinamarquesa encontra cabeça e pernas da jornalista sueca Kim Wall
O mistério da jornalista sueca que desapareceu em um submarino
Morte misteriosa de jornalista choca o Peru

O inventor dinamarquês Peter Madsen foi condenado à prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional pela morte da jornalista sueca Kim Wall em um submarino de fabricação caseira, segundo publica a britânica BBC. O veredito deste caso, que se tornou o crime mais midiático da Dinamarca, foi divulgado nesta quarta-feira às 13 horas. Durante o julgamento, suspenso na segunda-feira para a definição da sentença, a promotoria pediu prisão perpétua para o único réu, ao qual acusou de ter planejado o crime, de ter uma motivação sexual e de torturar a vítima, cujo corpo desmembrou e jogou no mar. A advogada da defesa disse que tudo tinha sido um acidente e só havia indícios, mas nenhuma prova contra ele.

“O tribunal deve ver o caso de uma perspectiva ampla e usar o senso comum. Dois saíram para navegar, só um voltou”, disse o promotor Jakob Buch-Jepsen, que lembrou que Madsen foi qualificado pelos médicos como perverso e com desvio de conduta sexual e traços psicopáticos. Os utensílios que Madsen levava no submarino, como fitas, correias e chaves de fenda, e os vídeos sobre execuções e torturas de mulheres achados no disco rígido, no computador e na revista do celular do suspeito reforçam a imagem do “lado obscuro” do inventor, sendo afirmou o promotor.

A jornalista Kim Wall tinha entrado em contato com o inventor meses antes de morrer. Ela lhe telefonou para marcar uma entrevista, o que, para o promotor, a torna “uma vítima casual” nos supostos planos dele para cometer “um crime bestial”.

A advogada de defesa Betina Hald Engmark, por sua vez, pediu uma condenação menor para os delitos que Madsen admite, de tratamento indecente do cadáver e violação das regras de segurança marítima ou, não sendo assim, no caso de ser considerado culpado de homicídio, uma pena de duração determinada. Engmark rejeitou a teoria do promotor –“uma história de medo construída sem provas”, que se baseia somente “em suposições”– porque considera que não há provas materiais de que a vítima tenha sido amarrada e torturada. “Este caso é difícil porque foi muito comentado. Mas o tribunal terá de analisá-lo de forma objetiva”, afirmou a advogada, que pediu aos juízes que não se deixassem levar por “pressentimentos”.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_