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Felipe González: “A ausência de Lula é um problema para a democracia”

Ex-primeiro ministro espanhol defende que o petista tenha direito a se candidatar nas eleições deste ano

O ex-primeiro ministro espanhol Felipe González
O ex-primeiro ministro espanhol Felipe GonzálezSEBASTIAO MOREIRA

O ex-primeiro ministro espanhol Felipe González afirmou nesta quarta-feira, dia 11, em um comunicado, que a ausência nas eleições deste ano do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que está preso desde último sábado, “é um problema de grande envergadura e transcendência para o sistema democrático”. Apesar de condenado, Lula continua sendo pré-candidato à presidência para as eleições de outubro e lidera as pesquisas de intenção de votos.

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González, cujo mandato é o mais longo da história moderna da Espanha (1982-1996), é o líder mais influente do Partido Socialista daquele país. “Lula é meu amigo e em momentos de dificuldade quero ressaltar essa condição”, disse o ex-premiê, que também lembrou o processo de impeachment de Dilma. “Vivi em 2016 com grave preocupação os acontecimentos que levaram à destituição de Dilma Rousseff”.

Sem sentença definitiva

“Reitero minha convicção de que Lula, até que uma sentença definitiva não limite seus direitos, deveria poder ser candidato à presidência do Brasil”, continua González, “embora eu conheça a Lei de Ficha Limpa que o próprio Lula introduziu em 2010, em seu mandato”.

“O Brasil é um país chave para a América Latina e para a comunidade de países emergentes, com um papel crescente na ordem (ou desordem) mundial e devemos esperar que supere sua crise política para que volte a ter o papel que lhe corresponde”, afirmou. “Por isso acho que a exclusão de Lula do processo eleitoral deixaria em orfandade representativa uma parte significativa da população brasileira e poderia dificultar a superação da crise política”, conclui.

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