_
_
_
_
_

Pedra rolante de Indiana Jones existiu na China

Arqueólogos encontram blocos esféricos em um túmulo da dinastia Liao, que além de contribuírem para a drenagem, serviam como sistema antirroubo

Figura pertencente à dinastia Liao no Metropolitan.
Figura pertencente à dinastia Liao no Metropolitan.
Mais informações
Maior sítio arqueológico submerso do mundo é descoberto no México
Cientistas encontram câmara vazia dentro da maior pirâmide do Egito
Instruções para arrancar um coração

Um grupo de arqueólogos chineses fez uma surpreendente descoberta durante uma escavação no nordeste do país. Um túmulo de cerca de mil anos, datado da dinastia Liao, estava rodeado por várias valas com pedras rolantes em seu interior que tinham como finalidade evitar que a sala inundasse, mas também evitar que fosse saqueada. No estilo da mítica sequência inicial de Os Caçadores da Arca Perdida, em que Indiana Jones tenta roubar uma estatueta de ouro de um templo na Amazônia profunda e acaba fugindo com uma pedra gigante a persegui-lo.

Os pesquisadores ainda não conseguiram identificar de quem é o túmulo, mas acredita-se que um importante aristocrata esteja enterrado ali por causa da forma da sala e dos objetos encontrados. Esse sistema particular de drenagem e antirroubo formado por pedras é extremamente raro nas construções da dinastia Liao, que governou parte do norte da China, o sul da Mongólia e a extremidade oriental da Rússia entre 907 e 1125. A escavação está sendo realizada desde junho do ano passado, perto da cidade de Xinli, localizada na província de Liaoning, no nordeste do país.

Cena do filme ‘Os Caçadores da Arca Perdida’, em que Indiana Jones tenta roubar uma estatueta de ouro de uma caverna enquanto é perseguido por uma pedra gigante.

Si Weiwei, um dos arqueólogos do projeto, explicou à agência oficial Xinhua que as primeiras pesquisas sugerem que a sala pode ter sido concebida como um panteão familiar. No local foi encontrado um afresco que foi repintado até três vezes no qual podem se vistos veículos, cavalos, camelos e pessoas. Existem poucos indícios da dinastia Liao, também conhecida como Império Kitan, porque sua língua escrita foi perdida e muito poucas relíquias sobreviveram. Sabe-se que era um povo organizado em várias tribos nômades, com um importante poder militar e relativamente avançado em termos políticos, sociais e artísticos (especialmente a música e a poesia) em relação aos Han – então sob o guarda-chuva da dinastia Song.

As últimas semanas, no entanto, foram frutíferas em relação a novas descobertas arqueológicas desse período da história da China, ainda envolto em várias interrogações. Em janeiro, outro conjunto de túmulos foi descoberto com mais de 500 objetos em seu interior, incluindo porcelanas, máscaras e ataúdes. Dias depois foi anunciado, na região da Mongólia Interior, a descoberta e a escavação de um dos palácios da família imperial Kitan, ruínas em uma área montanhosa que cobrem uma área de 240 metros quadrados em que foram encontrados azulejos, cerâmica cinza e pregos de cobre em bom estado. O edifício era, segundo os pesquisadores, uma residência da elite da dinastia durante os meses de abril a junho, quando queriam fugir do calor.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_