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Real Madrid
Análise
Exposição educativa de ideias, suposições ou hipóteses, baseada em fatos comprovados (que não precisam ser estritamente atualidades) referidos no texto. Se excluem os juízos de valor e o texto se aproxima a um artigo de opinião, sem julgar ou fazer previsões, simplesmente formulando hipóteses, dando explicações justificadas e reunindo vários dados

Onde está o fundo do abismo para o Real Madrid?

No colapso da equipe, sem Liga nem Copa da Espanha, Zidane opta por manter inalterada a rota que sempre o levou à Champions League

David Álvarez
Zidane, durante o tropeço para o Leganés no Bernabéu.
Zidane, durante o tropeço para o Leganés no Bernabéu.JUAN MEDINA (REUTERS)

O Real Madrid está desabando, e parece ter decidido se dedicar a isso com a mesma determinação que o levou, por exemplo, a se sagrar duodecacampeão da Champions League em Cardiff. Inclusive com a mesma cartilha. Um desmoronamento formidável, à altura do mastodonte caído, que depois de brilhar com cinco títulos em um ano se dedica a oferecer selfies felizes a rivais desesperançados. Só na Copa do Rei, o Fuenlabrada, o Numancia e o Leganés saíram do vestiário do Santiago Bernabéu com fotos inimagináveis: gols aos pares e uma semifinal. Com sua eliminação diante do Leganés, o Real, como de costume, anotou seu nome na história ao ceder uma virada em casa numa eliminatória da Copa da Espanha pela primeira vez em 115 anos.

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Pelo caminho distribuiu outras bondades (Levante, Betis, Girona, Tottenham), num caminho sempre traçado em linha reta. No máximo com algum leve bamboleio: uma tocha que cai pelo despenhadeiro sem estar totalmente apagada, com algum resplendor fugaz oferecido por uma lufada de vento. Diante da queda, a receita pública de Zinedine Zidane foi a insistência no velho plano, uma espécie de contemplação serena à espera de alguma mudança ambiental. Não lhe faltavam razões para imaginar que isso poderia funcionar. Por exemplo: o desacerto de Cristiano Ronaldo no Campeonato Espanhol, o atacante que mais chances de gol desperdiçou na Europa, é claramente uma anomalia estatística, e a estatística no final sempre acaba tendo razão. Mesmo que no futebol o final estatístico às vezes chegue muito tarde. Cai a tocha, e ainda não se vê o fundo.

Zidane veio contraindo o semblante enquanto insistia que o único caminho era o que seguiam, que tinham seguido, convencido de que no final, como sempre em seu caso, estava a Champions. Agiu assim, além disso, sem que ninguém achasse por bem intervir. Esperando que algo acontecesse, como se não estivesse acontecendo nada. Enquanto isso, a única coisa que agitou a equipe foi algo que afinal não aconteceu, que Kepa terminou ficando no Bilbao, e que se tivesse acontecido tampouco teria alterado o rumo.

Então agora, fora da Copa da Espanha e a 19 pontos do líder da Liga – mesma diferença que o separa do rebaixamento –, o Real se colocou numa situação insólita para qualquer outra equipe. A única coisa que pode evitar o estrépito do choque contra o fundo do poço é a Champions, inalcançável para quase todos, mas percebida quase como uma feliz rotina no Bernabéu. Como se nesse fundo o que na realidade houvesse fosse o troféu continental.

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