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VÍDEO | “Encontro com guru de ioga jamaicano foi um choque no meu ceticismo”

Diretor Heitor Dhalia, de 'O cheiro do ralo', fala sobre seu primeiro documentário, 'On Yoga'

Uma série de coincidências pessoais levou o diretor Heitor Dhalia, de O cheiro do ralo e Serra Pelada, encarar seu primeiro documentário, On Yoga - Arquitetura da Paz, em cartaz em São Paulo. Dhalia topou reconstituir os caminhos do fotógrafo Michael O'Neill, que havia publicado um livro com imagens dos mestres da prática após abraçar a ioga por causa de uma lesão no braço. Cético, curtido no laicismo dos seus pais esquerdistas e sem ligação firme com o tema, o diretor imprimiu um tom de debate filosófico no filme que transcende às belas imagens das asanas (posições): "Queria perguntar para esses gurus questões sobre o homem contemporâneo. Queria saber o que tinham a nos contar nesse mundo de ansiedade, de consumo, de Internet", disse o diretor em conversa com o EL PAÍS.

Na entrevista, cuja íntegra está disponível no vídeo acima, Dhalia conta que o encontro com um guru jamaicano Mooji, na Índia, foi, para ele, a experiência mais comovente das filmagens. "Ele me deu um abraço. Foi um grau de carisma que eu nunca tinha experimentado. Era esse tipo de magnetismo pessoal que eu já tinha visto com os atores, já tinha visto em político, mas nunca tinha visto com ninguém ligado ao sentido religioso. Foi um choque no meu ceticismo", conta. "Encontrei os seguidores e eles estavam num grau de felicidade muito grande. (Pensei:) Que droga é essa? Me dá aí. Eu quero ficar feliz assim. Não conheço gente feliz assim na minha vida".

Dhalia acaba de filmar O diretor, que aborda o relacionamento complexo entre um diretor de teatro e uma atriz estreante, previsto para chegar às telas no ano que vem. O filme foi rodado exatamente quando a indústria do entretenimento norte-americana, e em certa medida também a do Brasil, lida com a vinda à tona dos episódios envolvendo o magnata de Hollywood Harvey Weinstein, o produtor acusado de assédio e abuso sexual por dezenas de mulheres. "O filme foi feito em muita colaboração com as atrizes. Foi um processo discutido cena a cena. A gente captura esse momento de ruptura, de queda desse lugar de poder do masculino", diz ele.

O trailler do documentário.

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