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Trump decreta estado de emergência na Califórnia devido aos incêndios

O fogo, que desde 4 de dezembro assola a região, obrigou a retirada de 230.000 pessoas de suas casas

Um bombeiro tenta proteger uma casa em Lilac (Califórnia).
Um bombeiro tenta proteger uma casa em Lilac (Califórnia).DAVID MCNEW (AFP)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta sexta-feira estado de emergência na Califórnia devido à onda de incêndios que desde 4 de dezembro assola a região. As autoridades já tiveram que retirar 230.000 pessoas de casa na faixa que liga San Diego a Santa Bárbara e ao Sul de Los Angeles. O vento continua a representar ameaça para os próximos dias.

A medida anunciada por Trump serve para ativar protocolos de emergência e liberar auxílio e pedidos de seguro depois de passada a crise. O republicano tomou a mesma decisão durante os incêndios nas imediações de San Francisco em outubro.

Jerry Brown, governador da Califórnia, também declarou a mesma medida em quatro condados, ordenando transformar escolas em refúgios para os desabrigados.

Esta sexta-feira foi o quinto dia deste desastre que levou ao fechamento de escolas e de escritórios do Governo para evitar prejuízos maiores. A persistência do vento espalhou o incêndio até perto da região universitária de Santa Bárbara, onde foi arrasada área de mais de 500 quilômetros quadrados.

San Diego, cidade que faz fronteira com o México, é o núcleo urbano mais afetado. Somente na região Norte deste condado o fogo queimou mais de 1.000 hectares (área equivalente a 1.000 campos de futebol), derrubou perto de 20 edifícios e deixou pelo menos dois feridos.

O condado de Ventura é outro dos que foram particularmente castigados. Mais de 400 edifícios foram queimados e 85 deles ficaram com a estrutura gravemente danificada. “O incêndio continua queimando em seu ritmo, com este vento é complicado”, declararam autoridades da região em seu site no início da sexta-feira. Fred Burris, o chefe dos bombeiros, dedicou especial atenção à proteção da rodovia 150 e de duas localidades vulneráveis: La Conchita e Carpintería, local popular de lazer com mais de 8.000 habitantes fixos. “Nunca vimos um fogo que se movesse a esta velocidade”, descreve.

A previsão do Serviço Nacional de Meteorologia (National Weather Service, NWS) é que neste sábado os ventos amenizem e seja possível apagar o fogo na região de forma efetiva. Para o domingo a previsão é mais pessimista, com tempo seco e brisa constante.

Apenas em Los Angeles, a cidade mais povoada da costa Oeste, mais de 100.000 pessoas foram deslocadas. As autoridades insistem que logo poderão voltar a suas casas.

Esta série de incêndios não se deve tanto à seca, como se poderia supor e sim a uma combinação de fatores. A última primavera foi chuvosa, circunstância que fez crescer a vegetação rasteira e a de baixo porte. O verão quente e um outono de temperatura particularmente alta, aliados ao vento, provocaram a situação.

Os incêndios deixaram em 2017 na Califórnia 45 vítimas fatais. O ano foi o dos piores incêndios florestais no Estado desde que há registro, tanto pelo número de mortos e feridos quanto pela área arrasada. Os primeiros incêndios começaram em abril, e os mais mortíferos foram os de outubro, que também levaram à decretação de emergência na região.

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