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Vítimas de suposto ataque em embaixada dos EUA em Cuba apresentam “anomalias cerebrais”

Exames em funcionários norte-americanos mostram alterações na substância branca do cérebro

Pablo de Llano Neira
Embaixada dos EUA em Havana.
Embaixada dos EUA em Havana.AP
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Ao mesmo tempo que se deterioram as relações diplomáticas entre EUA e Cuba, corre por um riacho subterrâneo um mistério de espionagem do qual vão aflorando respingos na superfície. A agência de notícias Associated Press informou que, segundo fontes médicas, pelo menos parte dos 24 funcionários e familiares da Embaixada dos EUA em Havana que foram afetados por um suposto ataque de natureza desconhecida apresentam “anomalias cerebrais”.

Quando o caso irrompeu, em meados do ano, as fontes do Governo dos EUA falaram à mídia sobre um possível “ataque sônico ou acústico”. A esta altura, depois da resposta nas últimas semanas do Governo de Cuba, de que não haveria uma maneira física para realizar um ataque acústico como o especulado e sua denúncia de que Washington não apresentou nenhuma prova que fundamente essa hipótese, a Associated Press especifica que as fontes da investigação já preferem não falar de “ataques sônicos”. Apesar de os afetados — alguns com perda auditiva — terem dito a médicos e investigadores que sentiram estranhos sons focalizados e vibrações em seus quartos, tais fenômenos acústicos também poderiam ser uma consequência colateral de outro fenômeno físico não identificado do qual não se falou se existe alguma teoria.

Além dos 24 afetados relacionados com a embaixada dos EUA, também o Canadá informou que pessoas vinculadas à sua legação sofreram de problemas similares — embora não tenha afirmado que foram detectadas alterações cerebrais como as que agora se mencionam entre os norte-americanos. Nenhum dos dois países acusou Cuba de estar por trás desses fatos, mas Washington responsabilizou Havana por, supostamente, não ter cumprido seu dever de proteger seu pessoal. Desde o início do caso surgiu a possibilidade de que por trás do ocorrido possa estar a espionagem de algum terceiro país, como Rússia, Coreia do Norte ou Irã.

A novidade na reportagem exclusiva da Associated Press é a especificação cada vez maior do tipo de lesão sofrida pelos norte-americanos. Não se sabe se todos ou somente alguns sofreu lesões nem foi dada nenhuma possível explicação para os danos. Mas a informação é que os estudos encontraram danos ou alterações na substância branca do cérebro, a matéria que constitui 60% do órgão e que comunica a matéria cinzenta com outras partes do corpo. Além das carências auditivas, as vítimas apresentaram outros problemas, como náuseas, perdas de memória e desequilíbrio.

A investigação médica está sendo realizada pelas universidades de Miami e da Pensilvânia, que em breve publicarão um artigo sobre o assunto na revista médica Journal of the American Medical Association. A investigação das causas está a cargo do FBI.

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