Explosão de carro mata jornalista que investigava Governo de Malta no ‘Panama Papers’
Daphne Galizia participou na investigação que envolvia o Governo em esquema de corrupção internacional
A jornalista maltesa Daphne Caruana Galizia, que participou da investigação que envolve o Governo do país nos chamados Panamá Papers, morreu na segunda-feira depois que seu carro explodiu, segundo indicaram fontes políticas e policiais. O primeiro-ministro Joseph Muscat, classificou em uma conferência de imprensa o assassinato como um ato de “barbárie” e ordenou que os serviços de segurança dediquem os maiores recursos possíveis para a investigação.
This is a spiteful attack on a citizen and freedom of expression. I will not rest until justice is done. The country deserves justice -JM
— Joseph Muscat (@JosephMuscat_JM) October 16, 2017
“O que aconteceu hoje é inaceitável em vários níveis. Hoje é um dia negro para a nossa democracia e nossa liberdade de expressão”, disse Muscat. “Não vou descansar enquanto não for feita justiça”, acrescentou. A jornalista tinha apresentado há poucos dias uma denúncia avisando que havia recebido ameaças de morte, segundo informa o jornal Times of Malta.
A explosão, que ocorreu às 15h hora local (11h em Brasília), destruiu o carro em que viajava a jornalista perto de sua casa. A polícia explicou que a bomba era muito forte e que o veículo, um Peugeot 108, ficou despedaçado e espalhado pela área.
A morte de Caruana Galizia, de 53 anos, acontece depois que em junho passado o Partido Trabalhista de Muscat, primeiro-ministro desde 2013, obteve uma vitória retumbante nas eleições gerais que ele mesmo tinha convocado após uma série de escândalos envolvendo seu círculo mais próximo. Seu ministro de Energia, seu chefe de gabinete e até mesmo sua esposa foram acusados de ter contas offshore à raiz da divulgação dos chamados Panamá Papers. Caruana Galizia foi fundamental na revelação do escândalo.
No início deste ano, a prestigiosa revista norte-americana Politico colocou Caruana Galizia entre as “28 personalidades que fazem a Europa se mover”, descrevendo-a como um “WikiLeaks inteiro em uma única mulher, que empreendeu uma cruzada contra a falta de transparência e a corrupção em Malta”.
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