_
_
_
_

Trump em Las Vegas: “Hoje não vamos falar sobre a violência das armas”

Presidente visita vítimas do ataque enquanto a Casa Branca tenta silenciar o debate sobre armas

Pablo Ximénez de Sandoval

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aterrissou na quarta-feira em Las Vegas para se encontrar com as vítimas, o pessoal do resgate e os policiais que viveram a tragédia do último domingo. É a quarta viagem que Trump faz ao local de uma emergência, depois de Houston, Miami e Porto Rico. Mas o que aconteceu em Las Vegas não é um furacão. É o maior tiroteio da história dos Estados Unidos, um acontecimento que volta a colocar no foco um dos temas mais desconfortáveis da política do país, o controle de armas. Perguntado pela questão na primeira oportunidade que houve, Trump respondeu: “Não vamos falar hoje sobre a violência das armas”.

Trump chegou às 9h30 locais ao aeroporto de Las Vegas, bem na frente do local do massacre. Tão perto que o aeroporto teve que fechar na noite de domingo porque as pessoas que fugiam do atirador romperam uma cerca e entraram na pista, segundo os veículos de imprensa locais. Do aeroporto, o presidente seguiu para o hospital universitário da cidade, onde tinha previsto se reunir com vítimas e o pessoal do resgate. Ao contrário das visitas a outros locais, esta aconteceu longe das câmeras. Ao terminá-la, o presidente falou por alguns minutos ao terminar a visita. Elogiou a resposta da polícia e os hospitais de Las Vegas, evitou por completo o assunto das armas e centrou-se em uma frase que repete desde a última segunda-feira: “Trata-se de um homem muito doente, uma pessoa muito demente”, repetiu no hospital. A Casa Branca parece firmemente alinhada com os defensores da liberdade total para se possuir armas, no sentido de colocar todo o foco na conflitiva personalidade dos assassinos.

Mais informações
O que se sabe até agora sobre o tiroteio
Las Vegas, palco da maior matança a tiros da história dos Estados Unidos
Atirador Stephen Paddock: O “lobo solitário” do ataque em Las Vegas

A cada massacre a tiros durante o Governo Barack Obama (Sandy Hook, Charleston, Dallas…) a primeira coisa feita pelo presidente foi pedir a seu país uma reflexão sobre a facilidade do acesso às armas de fogo nos Estados Unidos. Obama chegou a confessar que não ter conseguido avançar nesta questão foi uma das grandes frustrações de sua Presidência. A atitude da Casa Branca de Trump é tentar calar este debate por todos os meios. Na segunda-feira, a porta-voz da Presidência, Sarah Huckabee, disse que “não é o momento” de fazer este debate, já que a nação está sofrendo. Na terça-feira, Trump, pessoalmente, afirmou: “Falaremos das leis de armas com o tempo”.

O debate, no entanto, vai se ampliando aos poucos. O assassino tinha um gigantesco arsenal de armas de guerra em seu quarto de hotel. Entre elas, rifles. Nos EUA estão proibidas as armas automáticas, mas é possível criar uma com um pequeno artefato que custa 99 dólares e que permite que o gatinho dispare em rajadas. Estes artefatos existem há uma década. A senadora da Califórnia Dianne Feinstein tentou aprovar a proibição deles em 2013, mas a lei nunca avançou. Na última quarta-feira, repetiu sua proposta.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_