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Nobel de Química vai para técnica que permitiu observação de moléculas do zika vírus

Imagens tridimensionais obtidas graças à descoberta premiada hoje ajudaram no combate à doença

Jauqes Dubochet, Richard Henderson e Joachim Frank
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A Real Academia Sueca de Ciências concedeu, nesta quarta-feira, o prêmio Nobel de Química de 2017 a Jacques Dubochet (Aigle, Suíça, 1942), Joachim Frank (Siegen, Alemanha, 1940) e Richard Henderson (Edimburgo, Reino Unido, 1945) pelo “desenvolvimento da criomicroscopia eletrônica para a determinação em alta resolução da estrutura de biomoléculas numa solução”.

Segundo nota da academia, o mérito dos premiados consiste em criar métodos que geram imagens tridimensionais das moléculas da vida. A estrutura dessas moléculas está diretamente relacionada com o que são capazes de fazer, e conhecê-la e fotografá-la ajuda a entender sua função. A criomicroscopia eletrônica permitiu congelar essas biomoléculas em movimento e tirar uma foto delas com resolução em nível atômico.

Graças a isso, foi possível observar com precisão proteínas que provocam resistências a quimioterapias contra o câncer ou aos antibióticos que empregamos contra as infecções, o funcionamento dos complexos moleculares que regulam o relógio circadiano (tema premiado pelo Nobel de Medicina deste ano) ou os mecanismos pelos quais a luz é capturada durante a fotossíntese. Num caso muito prático mencionado na nota da academia, recorda-se como os pesquisadores fotografaram o vírus Zika com criomicroscopia quando começaram a suspeitar que ele era a causa da epidemia de bebês nascidos com danos cerebrais no Brasil. Graças às imagens tridimensionais obtidas, os especialistas puderam começar a buscar fármacos que combatessem a infecção.

Nos próximos dias, a Academia Sueca anunciará os ganhadores dos prêmios Nobel de Literatura, Paz e Economia. O anúncio do prêmio de Literatura era o único ainda sem data marcada entre as seis categorias do Nobel, e a Academia sueca tem por tradição só anunciá-la poucos dias antes da decisão, que sai sempre numa quinta-feira. O ganhador sucederá na lista a Bob Dylan, uma das escolhas mais polêmicas dos últimos tempos.

Neste ano, cada Nobel vem acompanhado de um cheque de nove milhões de coroas (3,5 milhões de reais), e o valor é dividido, não necessariamente em partes iguais, quando há mais de um ganhador em cada categoria. O processo de eleição é o mesmo em todas as áreas: cientistas, acadêmicos e professores universitários apresentam as candidaturas, e os diversos comitês Nobel passam os indicados por diversos crivos até chegar ao(s) ganhador(es), num máximo de três por prêmio.

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