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Renan, Jucá, Sarney, Alves e Raupp são denunciados: propina disfarçada de doações, diz PGR

Senadores e ex-presidente são acusados de solicitar dinheiro, desviado da Transpetro, para eleição de aliados

Os senadores Romero Jucá e Renan Calheiros
Os senadores Romero Jucá e Renan CalheirosJane de Araújo (Agência Senado)
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O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou nesta sexta-feira os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), Romero Jucá (PMDB-RR), Garibaldi Alves (PMDB-RN), Valdir Raupp (PMDB-RR) e o ex-presidente da República e ex-senador José Sarney (PMDB-AP) pelo recebimento de propina disfarçada de doações eleitorais. O presidente da República, Michel Temer (PMDB), só não foi acusado na mesma denúncia porque não pode ser processado criminalmente por atos anteriores ao mandato presidencial, de acordo com Janot.

Essa foi a primeira denúncia oferecida contra Calheiros, Alves e Sarney na Operação Lava Jato. Jucá e Raupp já tinham debutado no rol de denunciados pela investigação. Também nesta sexta-feira o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, já condenado pelo esquema de corrupção na Petrobras, disse que era "grato" a Renan e Sarney pela ajuda para governar o país, o que gerou críticas ao petista nas redes sociais.

Na denúncia, Janot argumentou que, entre 2008 e 2012, os caciques do PMDB se beneficiaram de dinheiro desviado da Transpetro, uma das subsidiárias da Petrobras. Esse benefício foi motivado pela sustentação que os senadores deram para que Sérgio Machado fosse nomeado e permanecesse na presidência da Transpetro de 2003 a 2015.

Machado fez acordo de delação premiada e disse ao Ministério Público que favorecia empresas em contratos na Transpetro em troca de pagamentos de propina para esse grupo do PMDB no Senado. A gravação feita por Machado com Jucá, Renan e Sarney, às vésperas do impeachment de Dilma, ficou famosa pelo diálogo que supunha um acordo nacional para brecar a Lava Jato.

Uma das empresas favorecidas foi a NM Engenharia, cujos sócios Luiz Fernando Maramaldo e Nelson Maramaldo também fizeram acordos de delação premiada e confirmaram os pagamentos para contas bancárias de diretórios do PMDB. Machado e os empresários também foram denunciados pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

Calheiros, Alves, Jucá e Sarney foram alguns dos beneficiários dos pagamentos da NM Engenharia em 2008 e 2010, de acordo com Machado. A Procuradoria-Geral da República rastreou que doações a diretórios do PMDB foram repassadas a aliados do grupo nesses anos. Só a NM Engenharia disse que distribuiu 1,8 milhão de reais em propina na forma de doações eleitorais.

Já Raupp se beneficiou de propina desviada de contratos da Transpetro com a Odebrecht Ambiental, de acordo com Machado e Fernando Reis, ex-presidente da empresa. O ex-presidente da Transpetro disse que foi procurado por Raupp em setembro de 2012, que pediu repasses para o candidato de Temer à Prefeitura de São Paulo, Gabriel Chalita, naquele ano. Machado e Temer se encontraram na Base Aérea de Brasília em 6 de setembro de 2012 para discutir o assunto. Assim, Temer, Raupp e Machado conseguiram que uma empresa do grupo Odebrecht doasse 1 milhão de reais para o diretório nacional do PMDB, transferidos para a campanha de Chalita.

Com a nova denúncia, Raupp já acumula duas ações penais em que é acusado de ter solicitado que contribuições eleitorais fossem o disfarce para propina desviada da Petrobras.

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