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Migração de animais mostra um planeta sem fronteiras

Um projeto internacional registra os movimentos de centenas de espécies pelo mundo

Vídeo mostra o movimento migratório dos animais
Manuel Ansede

Quando o astronauta espanhol Pedro Duque subiu ao espaço em 1998, afirmou que estar distante da Terra é “a melhor forma de se dar conta de que não tem importância de que país cada um é”. Dali ele não via fronteiras. E também não se veem na última animação publicada pelo Movebank, um projeto para investigar o maior número possível de migrações animais pelo planeta.

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O vídeo é espetacular. Mostra, ao longo de um ano, milhares de rotas de animais marcados que percorreram pelo menos 500 quilômetros de distância em uma única direção. Seus itinerários, destacados em linhas cor-de-rosa, se acumulam em lugares de passagem de aves, como os estreitos de Gibraltar, entre a Europa e a África, e do Bósforo, entre Ásia e Europa.

O Movebank é uma base de dados de livre acesso coordenada pelo Instituto Max Planck de Ornitologia, em Radolfzell, Alemanha. Inclui informações fornecidas desde 2007 por cerca de 3.000 cientistas e organizações de preservação de todo o mundo. No total, contém cerca de 400 milhões de localizações pontuais de animais marcados com transmissores GPS e outros dispositivos.

“A grande migração de animais desde a Europa central até a África, que começa a ser vista no minuto 00:57 do vídeo, são cegonhas brancas”, afirma o engenheiro Matthias Berger, autor da visualização dos dados. Na animação aparecem 5.500 indivíduos, pertencentes a 150 espécies, segundo detalha.

O acompanhamento dos animais permite estudar os efeitos da destruição de seu hábitat, da mudança climática, da invasão de espécies exóticas e da disseminação de doenças infecciosas, segundo os responsáveis pelo projeto encabeçados por Martin Wikelski, diretor do Instituto Max Planck de Ornitologia, e sua colega Sarah Davidson. Seus resultados foram fundamentais para identificar futuras áreas protegidas.

Conhecer os deslocamentos dos animais é essencial para identificar futuras áreas protegidas

O Movebank inclui, por exemplo, dados das migrações das zebras do delta do Okavango até os salares de Makgadikgadi, em Botsuana. Entre 1968 e 2004, este movimento foi impedido por uma vala quilométrica construída para isolar o gado dos predadores selvagens.

Na Espanha, o Movebank conta por exemplo com dados dos movimentos da cegonha branca, fornecidos pela Fundación Migres; da água imperial ibérica, oferecidos pela Estação Biológica de Doñana; e do abutre negro, compartilhados pelo Grupo de Reabilitação da Fauna Autóctone e seu Hábitat (GREFA).

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