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Trump dispensa Steve Bannon, seu estrategista de extrema direita

Depois de meses na corda bamba, a Casa Branca anuncia a saída de seu integrante mais polêmico

Amanda Mars
Steve Bannon, em abril
Steve Bannon, em abrilCarolyn Kaster (AP)

O chamado “Rasputin” – conselheiro mítico do czar Nicolau II – da Casa Branca se vai. Steve Bannon, o estrategista-chefe de Donald Trump, o controverso agitador da extrema direita, símbolo da chegada do pensamento ultraconservador a Washington, abandonou o cargo depois de oito meses de polêmicas e alguns últimos dias nefastos. O presidente dos Estados Unidos decidiu prescindir dele, segundo acaba de confirmar o Governo e já haviam antecipado órgãos da mídia do país, citando como fontes funcionários da Administração.

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O estrategista não se vai, porém, por causa do incidente, segundo algumas fontes. Já estava havia muito tempo em baixa, agastado com boa parte da Administração e especialmente o genro e assessor do presidente, Jared Kushner, judeu, na casa dos 30 anos. De acordo com The New York Times, Bannon tinha apresentado sua demissão em 7 de agosto e a Casa Branca planejava anunciar sua saída no início desta semana, mas justamente a crise de Charlottesville retardou a confirmação.

Na terça-feira, no ríspido encontro que Trump manteve com a imprensa de Nova York, o presidente já deixou no ar que seu controvertido conselheiro tinha pouco futuro no cargo. “Veremos o que acontece com o senhor Bannon”, disse quando lhe perguntaram se havia perdido a confiança nele. Afirmou que gostava do sujeito, chamou-o de “bom amigo” e o defendeu das críticas. “Não é um racista, posso dizer isso a vocês. É uma boa pessoa, e é muito mal apresentado pela imprensa. Veremos o que acontece com o senhor Bannon, mas é uma boa pessoa e acho, francamente, que a imprensa o trata muito injustamente, enfatizou.

Mas então vieram as dúvidas sobre “o que lhe aconteceria” e ele também reduziu a importância de seu papel. “O senhor Bannon chegou muito tarde (à corrida presidencial de Trump), já sabem. Tive 17 senadores, governadores, e ganhei todas as primárias. O senhor Bannon veio muito mais tarde que isso”, argumentou.

Nesta mesma semana provocou um incêndio ao insultar seus seguidores e seus colegas da Administração, e confrontar a China em declarações à revista American Prospect. O estrategista ultraconservador ridicularizou seus adversários na Casa Branca: “Estão mijando em si mesmos”, disse sobre eles. Já os ativistas da direita radical, neonazistas, supremacistas e membros da Ku klux Klan que ganharam tanto protagonismo desde a campanha eleitoral norte-americana, ele chamou de “palhaços” e afirmou que havia chegado o momento de “triturá-los”.

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