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Por que Martin Shkreli, condenado por fraude, é considerado o homem mais odiado dos EUA

Ex-diretor de laboratório pode ficar até 20 anos preso após ter inflado o preço de medicamento

Amanda Mars
Martin Shkreli e seus advogados, neste sábado.
Martin Shkreli e seus advogados, neste sábado.Seth Wenig (AP)

Ele é conhecido como o empresário mais odiado dos Estados Unidos, um título conquistado no reino dos tubarões financeiros, e poderá ficar preso por 20 anos. Um tribunal de Nova York condenou Martin Shkreli, ex-diretor de laboratório e ex-gestor de fundos de alto risco, por fraude e conspiração após ter inflado em 5.455% o preço de um medicamento para tratar a toxoplasmose, uma doença que ataca principalmente mulheres grávidas e pessoas com o vírus da Aids. Shkreli, de 34 anos, fora preso em dezembro de 2015 após uma longa investigação do FBI.

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Os procuradores federais acusaram Shkreli de ter mentido e enganado os investidores dos fundos que administrava. O Tribunal do bairro nova-iorquino do Brooklyn, que chegou a um veredicto após quatro semanas de julgamento e cinco dias de deliberações, declarou o ex-diretor da Turin Pharmaceuticals culpado de três das oito acusações apresentadas contra ele e o inocentou de cinco crimes de conspiração, incluindo roubo do Retrophin, seu laboratório biofarmacêutico.

O mais odiado dos EUA

Apesar de ainda não se saber quantos anos de prisão o ex-executivo terá de cumprir, seu advogado apresentou o veredicto como algo próximo a uma vitória, já que seu cliente pode até mesmo evitar uma sentença de prisão e receber uma pena “muito menor” que a contemplada pela Procuradoria. O próprio Shkreli comemorou na saída do julgamento – “Fomos absolvidos das acusações mais importantes”, disse – e apenas uma hora depois, de volta a seu apartamento em Nova York, comentou o julgamento através de seu canal no Youtube. “Essa tem sido uma caça às bruxas de proporções épicas”, havia dito antes.

Shkreli, filho de imigrantes albaneses, fundou seu primeiro fundo de investimentos com 21 anos. Em 2012, criou a Retrophin Pharmaceuticals, uma companhia dedicada ao tratamento de doenças raras. Com apenas dois anos suas ações tinham se valorizado de 3 para 20 dólares. Vendeu sua participação e abriu a Turing Pharmaceuticals. Em 2015 a empresa comprou o Daraprim, um medicamento usado contra a toxoplasmose. O preço dos comprimidos disparou dos 13,50 dólares (42 reais) para 750 dólares (2.350 reais) da noite para o dia. A imprensa o batizou de "o homem mais odiado dos Estados Unidos".

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