Com Lula condenado, Doria celebra e Requião faz verso de protesto: as reações nas redes
Resposta nas redes sociais foi imediata à notícia da condenação de Lula Guerra de narrativas domina os termos mais mencionados no Twitter mundial
As reações na internet diante da condenação do ex-presidente Lula pelo juiz Sergio Moro começaram imediatamente após a publicação da notícia. Durante a tarde, os termos Lula, Sergio Moro, Aécio e Temer e Bolsonaro 2018 ficaram entre os 10 mais mencionados no Twitter em todo o país. No ranking mundial, Lula ficou em primeiro lugar por horas seguidas.
O deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), pré-candidato à presidência no ano que vem, aproveitou a onda e publicou um vídeo dizendo que Lula "tripudiou, assaltou, corrompeu". Mas afirmou que não estava "vibrando e nem comemorando", e quem deveria ser celebrado é o juiz Sergio Moro.
PRISÃO DO LULA E MINHA CONTINÊNCIA AO JUIZ SÉRGIO MORO. pic.twitter.com/8ieSbcKVe4
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) July 12, 2017
A guerra de narrativas nas redes foi bastante forte durante toda a tarde. Militantes e políticos da esquerda logo começaram a propor um twittaço, ou seja, várias pessoas se manifestando por meio do Twitter na mesma hora. Muitos publicaram na rede social com a marca #Lulainocente, mas o termo não chegou entre os mais usados na rede social em nenhum momento.
O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), publicou em seu perfil no Twitter um texto comemorando o fato de o ex-presidente ter sido condenado. Na página do Facebook, o tucano também fez um vídeo, chamando Sergio Moro de "herói nacional" e dizendo que "o maior cara de pau do Brasil foi condenado". E encerrou dizendo: "Viva a justiça, viva Sergio Moro, viva o Brasil". O líder do MTST, Guilherme Boulos, foi um dos primeiros militantes públicos da esquerda a se manifestar. No Twitter, disse que não há provas contra o ex-presidente.
Moro condenou Lula sem NENHUMA prova. Desde o princípio agiu como promotor de toga e tornou o processo um julgamento político. Inaceitável!
— Guilherme Boulos (@GuilhermeBoulos) July 12, 2017
Rapidamente circulou, em grupos do WhatsApp e pelas redes sociais, a foto em que o juiz Sergio Moro aparece conversando com o senador Aécio Neves (PSDB), em que ambos dão risada. A imagem foi feita no final do ano passado durante a premiação da editora Três, e foi amplamente divulgada na internet na época. Aécio, que ficou quase dois meses afastado do Senado por aparecer em conversas com Joesley Batista pedindo dois milhões de reais ao dono da JBS, recebeu seu mandato de volta pelo Supremo na semana passada e voltou ao cargo de senador. Na foto também estão o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), o presidente Michel Temer (PMDB).
A justiça foi feita. O maior cara de pau do BR, foi condenado a 9 anos e meio de cadeia por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. #VivaBR
— João Doria (@jdoriajr) July 12, 2017
O Movimento Brasil Livre (MBL) e o Vem Pra Rua, protagonistas das manifestações pelo impeachment de Dilma Rousseff, publicaram diversos posts e memes no Facebook celebrando a condenação e agradecendo Sergio Moro.
Já o senador Roberto Requião (PMDB-PR) recorreu à rima para defender Lula e criticar a aprovação da reforma trabalhista, na terça-feira.
Até o fechamento desta reportagem, o ex-presidente ainda não havia se pronunciado. A presidenta do PT, senadora Gleisi Hoffmann, falou na tribuna do Senado e disse que a condenação de Lula é uma "tentativa de inviabilizar" a candidatura dele no ano que vem. No Twitter, o PT publicou nota oficial sobre a condenação e convocou a militância para ir às ruas. "Lula não está acima da lei, tampouco abaixo dela. O que ocorre é um processo de perseguição que se constitui em uma aberração constitucional", diz parte da nota.
Lula condenado, Aécio liberado,Temer protegido, soberania fulminada,trabalhador escravizado,mercado triunfante, até que o Brasil se levante.
— Roberto Requião (@requiaopmdb) July 12, 2017
No Facebook, direita comemora
Um levantamento realizado pelo EL PAÍS revelo um grande engajamento em torno da notícia também no Facebook. Até as 16h desta quarta-feira, uma rede de 438.113 perfis se engajou por meio de curtidas e comentários em postagens citando termos de referência ao presidente Lula. Porém, páginas e perfis de opositores a Lula tomaram as redes mais do que seus defensores. A oposição ao ex-presidente se articulou em torno de quatro expressivos subgrupos interagindo com vídeos, transmissões ao vivo, memes e links para notícias e artigos de opinião que foram rapidamente distribuídos nas redes. Estes grupos foram capazes de reunir mais de 155.000 pessoas em torno das publicações que celebravam a condenação de Lula na rede social nesta tarde.
O principal grupo tem à frente a página do Movimento Brasil Livre (MBL), que até as 16h havia bombardeado as redes com 21 mensagens sobre o tema, entre memes comemorativos e enaltecendo Sergio Moro, que viralizaram pela rede. Também salta aos olhos o fato de que o mesmo público que interagiu diretamente com postagens de páginas como o MBL, Vem Pra Rua e Kim Kataguiri, líder do MBL, também se engajou com postagens de páginas de partidos políticos como a do Democratas, e do PSDB. Estas páginas foram capazes de engajar mais de 20% da rede de conversas sobre a condenação do ex-presidente.
As páginas e movimentos identificados com a esquerda, entretanto, não reagiram tão prontamente. Até as 16h, o principal grupo identificado à esquerda, de onde se esperavam articulações em defesa de Lula, reuniu, por padrão de interações, uma rede de 20 páginas lideradas pelo vereador Eduardo Suplicy e pelo canal oficial do Partido dos Trabalhadores. Esse conjunto de páginas conseguiu engajar uma singela fatia de aproximadamente 10% da rede de interações sobre o ex-presidente no Facebook.
Fora das redes, ao menos dois atos foram convocados pelo PT em defesa de Lula. Um, com concentração na avenida Paulista no final da tarde, e outro na sede da Central Única dos Trabalhadores de Brasília. Já o movimento Vem Pra Rua convocou uma manifestação para o dia 27 de agosto "contra a impunidade e pela renovação".
Tu suscripción se está usando en otro dispositivo
¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?
Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.
FlechaTu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.
Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.
En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.
Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.
Mais informações
Arquivado Em
- Sergio Moro
- Gleisi Hoffmann
- Luiz Inácio Lula da Silva
- Aécio Neves
- João Doria Júnior
- Operação Lava Jato
- MTST
- Guilherme Boulos
- Partido dos Trabalhadores
- Manifestações
- Caso Petrobras
- Jair Bolsonaro
- Crises políticas
- Redes sociais
- Corrupção política
- Brasil
- Partidos políticos
- Conflitos políticos
- América Latina
- América do Sul
- Internet
- América
- Telecomunicações
- Economia
- Política