Primeiro-ministro do Iraque declara vitória sobre Estado Islâmico em Mossul
Foram oito meses de um combate que destruiu partes da cidade, matou milhares de civis e forçou o deslocamento de cerca de um milhão de pessoas
A vitória final na batalha para recuperar Mossul das mãos do grupo jihadista Estado Islâmico já aconteceu, segundo as autoridades do Iraque. De fato, o primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, já parabenizou as forças armadas por seu triunfo, segundo um porta-voz citado pela agência Reuters. A televisão oficial iraquiana anunciou neste domingo que “as forças do Serviço Especial Antiterrorismo içaram a bandeira nacional na margem do Tigre que flanqueia a Cidade Velha de Mossul”. Apesar de o Estado Islâmico ter prometido no sábado “lutar até a morte” na cidade, suas milícias se lançaram neste domingo no Tigre tentando fugir do campo de batalha. Ficam para trás oito meses de um combate que destruiu partes da cidade, matou milhares de civis e forçou o deslocamento de cerca de um milhão de pessoas.
A batalha para retomar Mossul começou em 16 de outubro de 2016 e havia se tornado cada vez mais dura a medida que as forças iraquianas, apoiadas pelos Estados Unidos, se aproximavam do centro da cidade. Para desacelerar o avanço rumo a seus últimos bastiões, o Estado Islâmico colocou armadilhas e bombas em praticamente todas as estruturas que ocupava. “O inimigo colocou explosivos por todos os lados (...) inclusive debaixo de um berço”, afirmou no sábado o general Robert Sofge, que tem como base a capital Bagdá.
Nas últimas horas ao menos 65 combatentes do Estado Islâmico morreram enquanto tentavam escapar do oeste da cidade através do rio. Neste domingo morreram cerca de 30 militantes islâmicos que justamente tentavam escapar de zonas liberadas cruzando as águas do Tigre, que divide a cidade em duas metades. Ontem, o número de mortos nessa mesma rota foi de 35, segundo dados do Ministério da Defesa iraquiano citados pelo portal Iraqui News.
Segundo dados da ONU, entre 10.000 e 20.000 civis permanecem presos nos destroços de Mossul, ainda que a cada dia centenas deles sejam retirados pelas unidades militares.
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