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Gays desafiam proibição à parada na Turquia

Polícia disparou balas de borracha e usou gás lacrimogêneo para evitar manifestação LGBTI

Polícia avança contra um defensor dos direitos LGBTI em Istambul.
Polícia avança contra um defensor dos direitos LGBTI em Istambul.Bulent Kilic (AFP)

Membros da comunidade LGBTI na Turquia desafiaram neste domingo a proibição das autoridades e foram às ruas para celebrar seu orgulho em Istambul. A polícia, entretanto, impediu a marcha com um grande número de agentes, uso de gás lacrimogêneo, disparos de balas de borracha e várias detenções. As autoridades alegaram “razões de segurança” para a proibição. É o terceiro ano seguido em que se impede na cidade uma manifestação em defesa dos direitos de lésbicas, gays, bissexuais, transgênero e intersexuais (LGBTI). Os manifestantes tentaram reunir-se em diferentes pontos do centro de Istambul, mas foram impedidos pela polícia.

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Vários ativistas, que gritaram lemas a favor dos direitos dos homossexuais, foram detidos na rua Istiklal. Segundo o comitê organizador da Semana do Orgulho Gay de Istambul, os detidos foram obrigados a escutar orações do Corão nas viaturas policiais.

Nas redes sociais, as associações LGBTI destacaram em uma declaração conjunta que “mais uma vez” as autoridades proibiram sua marcha, como ocorreu em 2015 e 2016. “No entanto, não estamos assustados. Não vamos dar um passo atrás nem vamos nos render. Estamos aqui de novo e vamos demonstrar que estamos lutando por nosso orgulho”, acrescentaram.

O escritório do governador de Istambul anunciou no sábado a proibição da marcha, “por causa da segurança dos turistas e dos próprios participantes”, lembrando que alguns setores ultranacionalistas e fundamentalistas islâmicos tinham ameaçado impedi-la.

A Parada do Orgulho LGBTI era realizada em Istambul desde 2003 e foi ganhando importância até reunir 15.000 pessoas em 2014, sempre em um ambiente alegre e festivo. Em 2015, a polícia proibiu pela primeira vez o desfile e dispersou os participantes com bombas de gás lacrimogêneo, o que se repetiu na marcha pelos direitos dos transexuais no ano passado, também em junho. Depois dessas intervenções policiais e da proibição de desfilar, as organizações LGBTI decidiram cancelar a parada do ano passado. Neste ano, apesar da proibição das autoridades, tinham decidido sair às ruas, mas a polícia acabou impedindo a marcha.

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