Morre Otto Warmbier, o jovem dos EUA que foi prisioneiro da Coreia do Norte
O estudante, de 22 anos, sofria de um “dano neurológico grave” após cativeiro no país asiático
Morreu o norte-americano Otto Warmbier, que na semana passada foi liberado pela Coreia do Norte, de acordo com anúncio feito por sua família na segunda-feira. O estudante de 22 anos estava internado no Hospital Universitário de Cincinnati (Ohio) com um “dano neurológico grave” sofrido durante seu cativeiro no hermético país asiático.
“Infelizmente, o horrível tratamento e as torturas que nosso filho recebeu dos norte-coreanos garantiram que nenhum outro resultado fosse possível além deste que vivemos hoje”, explicou a família em um comunicado, no qual informou que o jovem morreu cercado por seus entes queridos.
Warmbier ficou 17 meses preso na Coreia do Norte depois de ter sido acusado de tentar roubar um cartaz de propaganda, o que o levou a uma sentença de 15 anos de trabalhos forçados depois de ter sido considerado culpado de “atos hostis contra o Estado”. Foi detido em janeiro de 2016 no aeroporto de Pyongyang depois de completar uma viagem à Coreia do Norte organizada por uma agência de viagens chinesa.
Há outros três norte-americanos detidos na Coreia do Norte, que usa as prisões como arma de pressão em sua disputa com os EUA pelo programa atômico do país. A morte do jovem pode enfraquecer ainda mais as relações entre os Governos de Kim Jong-Un e Donald Trump, que ameaçou realizar uma ação militar contra o país asiático.
Pyongyang anunciou na semana passada que liberou o estudante por “razões humanitárias” após negociações com Washington. Só depois da libertação e posterior transporte para os EUA é que o estado de saúde do jovem foi conhecido. Seu pai, Fred Warmbier, assegurou na última quinta-feira que o estudante foi “aterrorizado e tratado de maneira brutal” pelo regime.
Não se sabe o que causou a deterioração da saúde de Warmbier. Em uma reunião em Nova York há duas semanas, o Governo norte-coreano informou ao norte-americano que o estudante da Universidade da Virgínia estava há mais de um ano em coma, causado, supostamente, por um surto de botulismo e por ter tomado um comprimido para dormir, segundo o The Washington Post.
No entanto, a equipe médica que tratou de Warmbier em Ohio rejeitou a versão do regime norte-coreano de que o estudante estava sofrendo de botulismo.
Os médicos anunciaram na semana passada que ele estava em uma “condição estável”. “Seu estado neurológico pode ser descrito como um estado vigília não reativo”, explicou o neurologista Daniel Kanter. “Não temos nenhuma informação certa ou verificável sobre a causa ou as circunstâncias de suas lesões neurológicas”, disse ao acrescentar que “esse tipo de lesão cerebral é geralmente considerado como o resultado de uma parada cardiorrespiratória quando a irrigação de sangue para o cérebro é insuficiente durante certo período de tempo”.
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