“Não deveríamos estender o tapete vermelho para ele”, diz prefeito de Londres sobre visita de Trump
Sadiq Khan afirma não ter tempo para responder ao presidente dos EUA depois dos atentados recentes na sua cidade
O prefeito de Londres, Sadiq Khan, sugeriu que a visita de Donald Trump ao Reino Unido programada para o final do ano seja suspensa, depois das críticas do presidente dos Estados Unidos a Khan por causa de declarações posteriores aos atentados que deixaram sete mortos no sábado passado na capital britânica. “Não acredito que devamos estender o tapete vermelho ao presidente dos Estados Unidos quando suas políticas vão contra tudo o que defendemos”, disse Khan, o primeiro prefeito muçulmano de uma grande cidade da Europa Ocidental, numa entrevista ao Channel 4 News.
Khan foi perguntado sobre as mensagens que Trump disparou contra ele no Twitter devido a algumas declarações conciliatórias do prefeito após o atentado, num esforço para acalmar a população frente à enorme mobilização policial na cidade. “Veja, estamos trabalhando com a polícia, o Governo e as vítimas... Não tenho tempo para responder aos tuítes de Donald Trump”, declarou o prefeito, visivelmente incomodado, durante a entrevista, realizada ao ar livre e muito perto do local dos ataques terroristas de sábado.
O prefeito salientou a “relação especial” de amizade e aliança entre o Reino Unido e os Estados Unidos. “Quando se tem uma relação especial [com um país], é como quando você a tem com um amigo íntimo. Você fica ao seu lado nos momentos de adversidade, mas também liga para ele quando está equivocado. E há muitas coisas sobre as quais Donald Trump está equivocado”, acrescentou Khan.
Trump inicialmente criticou Kahn por ter dito que os londrinos não tinham motivo para se alarmar com a mobilização policial posterior aos atentados. Khan disse que a sua frase havia sido tirada do contexto, e o presidente voltou à carga: “Que desculpa patética!”.
A tensão entre Trump e Kahn não é nova. O prefeito trabalhista, no cargo desde maio de 2016, criticou no ano passado a proposta do então candidato republicano de vetar temporariamente a entrada nos EUA de todos os estrangeiros muçulmanos, alegando motivos de segurança. “A visão ignorante de Trump sobre o islã nos deixa menos seguros, contribui para alienar os muçulmanos e joga a favor dos extremistas”, declarou na época.
A Casa Branca negou que Trump esteja envolvido numa “briga” com Kahn e descreveu as mensagens do presidente como parte do seu esforço para reforçar a segurança contra a ameaça jihadista.
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