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Em viagem à Europa, Trump diz que Brexit pode provocar perdas de emprego nos EUA

UE e Estados Unidos concordam em reforço antiterrorista, mas divergem sobre comércio, clima e Rússia

Claudi Pérez
O Presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, e o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, ao lado do presidente norte-americano Donald Trump.
O Presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, e o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, ao lado do presidente norte-americano Donald Trump.ROBERT GHEMENT (EFE)
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O papa Francisco é “genial”. Os sauditas, “espetaculares”. Donald Trump continua soltando, em sua primeira viagem como presidente dos Estados Unidos, a verborragia gasosa que caracterizou toda sua carreira, com termos como fantástico, assombroso, estupendo, incrível e vários sinônimos de enorme. Mas a Europa, fora dessa retórica carregada de palavras polidas, não sabe o que esperar da visita de Trump a Bruxelas.

O presidente dos EUA se reuniu nesta quinta-feira com os chefes das principais instituições europeias. A incerteza não se dissipou. O presidente do Conselho Europeu, o polonês Donald Tusk, explicou que discutiram sobre “política externa, segurança, mudança climática e relações comerciais”. Tusk lançou uma mensagem contundente: “Não tenho certeza de que vamos poder dizer que compartilhamos uma posição 100% comum sobre comércio, mudança climática e Rússia, exceto no relativo à Ucrânia”. Trump, além disso, lançou uma séria advertência sobre o Brexit: está preocupado com a perda de empregos nos EUA que pode ser provocada pela saída do Reino Unido da UE, de acordo com fontes diplomáticas europeias. Ficou para trás a visão de que “o Brexit será maravilhoso”, uma frase pronunciada em janeiro, depois de uma reunião entre Trump e a primeira-ministra britânica, Theresa May, e que significou um retrocesso na Europa.

As relações transatlânticas, chaves da ordem liberal internacional das últimas seis décadas, funcionam em relação à luta contra o terrorismo, de acordo com Tusk. Talvez seja esse o ponto de maior acordo, ainda mais após o atentado de Manchester da última segunda-feira à noite, de acordo com fontes consultadas em Bruxelas.

Trump se reuniu por mais de uma hora com Tusk e o presidente da Comissão Europeia, o luxemburguês Jean-Claude Juncker. Depois se uniu ao encontro o conservador italiano Antonio Tajani, presidente do Parlamento Europeu e a Alta Representante da UE para Política Exterior, Federica Mogherini. “Os fortes laços entre a UE e os EUA estão no centro da agenda global”, disseram porta-vozes europeus. Trump continua em silêncio. Acompanhado pelo chefe do Pentágono, James Mattis, e o principal assessor econômico, o ex-Goldman Sachs, Gary Cohn, o tenente-general H. R. McMaster e o secretário de Estado, Rex Tillerson. Trump planeja almoçar com o presidente francês Emmanuel Macron, e participar esta tarde da reunião de cúpula da OTAN em Bruxelas.

Mas o discurso de Trump para a Europa, muito duro durante a campanha eleitoral nos EUA, continua sendo uma incógnita. Não está claro se Trump vai suavizar suas posições sobre o Brexit, o superávit comercial da Alemanha e o comércio com a UE, tal como fez em outros pontos da agenda. As fontes consultadas afirmam que a primeira reunião com Tusk e Juncker teve um tom amigável e parecido a uma “atmosfera construtiva”. Sobre o comércio, apesar das tentativas protecionistas do presidente Trump, as fontes consultadas explicaram que a UE e os EUA concordaram em trabalhar juntos contra as práticas comerciais desleais de terceiros (o dumping social da China, por exemplo).

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