O melhor jogador e o maior artilheiro: Messi
Lionel Messi questiona o peso simbólico do Real Madrid e valoriza o do Barcelona quando ergue sua camisa no Bernabéu
O barcelonismo tem pressa de recuperar em tempos de Messi a diferença de títulos que lhe tirou o Real Madri durante um século inteiro. É assim que se pode explicar a alegria azul-grená com o gol do camisa 10 aos dois minutos dos acréscimos do segundo tempo do clássico e também a decepção dissimulada com muitos aplausos depois da eliminação para a Juventus. Agora não há tempo a perder no Campeonato Espanhol. Nada pode causar mais satisfação nos barcelonistas do que um gol de Messi no tempo reservado para a glória do Bernabéu, hoje personalizada em Sergio Ramos, e uma virada de 6 x 1 contra o PSG, já que se imaginava que somente uma equipe da categoria do Real conseguiria virar um jogo impossível da Champions League.
Messi questiona o peso simbólico do Real Madrid e valoriza o do Barcelona quando ergue sua camiseta no Bernabéu, diante dos torcedores rivais. São poucos os jogadores que respeitam tanto como Messi a liturgia do futebol. Não discute quando o puxam ou é agredido nem aplaude os árbitros, mas joga com a maçã do rosto cortada, um lábio costurado e um olho roxo. Até mesmo ensanguentado, enfrenta o ruído midiático com seu futebol silencioso, regular e comprometido, como mostram as oito ligas vencidas desde a sua estreia, há 13 anos, contra o Espanyol. A influência do argentino no Barcelona se expressa no dia a dia, apesar de contar também com quatro Champions (11 a 5 para o Real Madrid; antes da chegada do camisa 10, 9 a 1 para os madrilenhos). E é aí que o Barça ganhou terreno em relação ao clube de Florentino (32 a 24 campeonatos espanhóis). O 500º gol com a camisa do clube catalão, em uma virada dentro do estádio do maior rival, consagra o argentino, que dois dias antes do clássico começou as negociações para a renovação de contrato, e, com a grande atuação na capital espanhola, ganha créditos para uma valorização nos valores do acordo com a diretoria blaugrana.
Não discute quando o puxam ou o agridem nem aplaude os árbitros. Enfrenta o ruído midiático com seu futebol silencioso e comprometido
Mesmo descansando em campo de vez em quando, Messi ressurgiu em momentos decisivos do Bernabéu, depois do 1 x 0 de Casemiro, quando James empatou e, enquanto isso, eliminou Sergio Ramos com sua velocidade, driblou Marcelo e deslocou Casemiro. O camisa 10 voltou a ser explosivo em uma equipe meritória como a do Barcelona. Os artistas foram poucos, embora decisivos, no Bernabéu. Talvez Piqué, Busquets, às vezes Rakitic e sobretudo Ter Stegen, acompanharam Messi. O Barça não conta hoje com a mesma equipe dos tempos de Puyol e Xavi e teve a qualidade de seu banco de reservas piorada, circunstância que limita as suas aspirações a repetir os êxitos obtidos nos dois primeiros anos de Luis Enrique.
Os excelentes resultados conquistados em campos difíceis como o Bernabéu, o Calderón, San Mamés, Mestalla ou Sánchez Pizjuán, se alternaram, com outros ruins diante de adversários como o Alavés, o Málaga, o Betis ou o Deportivo La Coruña. Não eram jogos que exigiam a melhor versão de Messi, mas que necessitavam uma atuação correta de jogadores como Arda, Denis, André Gomes ou Alcácer. O desafio do time é corrigir agora o seu caráter bipolar e vencer os jogos que ainda restam no Espanhol.
O desafio do Barcelona agora é corrigir seu caráter bipolar e ganhar os jogos que restam no Espanhol
As questões estruturais e táticas ficam para a próxima temporada, que certamente contará com Messi. Mesmo quando se discute sobre o trio de ataque, não se concebe nenhum projeto sem o camisa 10. E para saber mais sobre as suas atribuições, talvez seja conveniente enxergar o 3 x 2 do Bernabéu como uma síntese do ideário do Barcelona: a condução de Sergi Roberto, a chegada de Jordi Alba e a velocidade de execução de Messi. A história mostra que, quanto mais perto do gol está Leo Messi, mais perto da glória estará o Barcelona.
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