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Embaixadora dos EUA na ONU afirma que não há solução para a Síria com Assad

Com ele “será difícil ver um Governo pacífico e estável”, diz Nikki Haley

A embaixadora Nikki Haley durante reunião no Conselho de Segurança da ONU em 7 de abril, em Nova York.
A embaixadora Nikki Haley durante reunião no Conselho de Segurança da ONU em 7 de abril, em Nova York.Stephanie Keith (REUTERS)
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A embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Nikki Haley, afirmou que não haverá solução política nenhuma para a Guerra Civil na Síria “se o presidente Bashar al-Assad continuar no poder” e declarou que as autoridades norte-americanas estão dispostas a “fazer algo mais” a respeito disso. É a confirmação de uma radical mudança em relação ao conflito sírio da Administração de Donald Trump e uma possível fonte de conflito com a Rússia de Vladimir Putin, aliados de Assad e responsáveis por lhe oferecer o oxigênio necessário para sobreviver a seis anos de conflito.

“Não há nenhuma tipo de opção para uma solução política na Síria se Assad continuar à frente do regime. Não acredito que vá haver um Governo pacífico e estável na Síria se ele permanecer no poder”, afirmou a embaixadora em entrevista à rede de TV CNN dois dias após o bombardeio dos EUA a uma base síria em represália a um ataque com armas químicas na terça-feira passada, que resultou em 86 mortes, 30 delas de crianças.

Haley alertou que a Administração de Trump está disposta a intervir com mais operações na Síria. É uma importante mudança de posicionamento: até alguns dias atrás não se intrometiam na gestão de Assad, e agora sua saída se tornou prioritária para Washington.

A embaixadora na ONU defendeu o bombardeio da base de Shairat (Homs). “Os Estados Unidos tomaram uma decisão importante na outra noite, e estamos preparados para fazer mais, embora esperemos que não seja necessário”, disse. O ataque é o primeiro dos EUA contra o regime sírio desde que a guerra começou, e embora tenha provocado danos limitados à base, representa uma total mudança de rumo.

“Este é o momento de todas as nações civilizadas se unirem para deter os horrores que estão ocorrendo na Síria e exigir uma solução política”, afirmou Haley. “O que acontecer depois dependerá de como a comunidade internacional responder aos últimos acontecimentos”, acrescentou.

Mounzer Mounzer, membro da delegação da Síria na ONU afirmou, no âmbito de uma sessão especial da entidade sobre seu país, que Damasco não empregou armas químicas e que “nunca as usaria em operações contra grupos de terroristas”.

“Devemos nos assegurar de que nos movemos rumo a uma solução política que nos permita finalmente chegar à paz na região”, disse a embaixadora norte-americana, que destacou que “todas as partes perceberão que Assad não é o líder de que a Síria precisa”.

“Existem múltiplas prioridades na região. Uma delas é conseguir a saída de Assad do poder. Outra é acabar com o grupo terrorista Estado Islâmico. Também é preciso se livrar da influência iraniana. É uma situação complicada”, explicou.

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