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O que esperar de Trump em suas primeiras 72 horas como presidente

O republicano prevê abolir o acordo de livre comércio com o Pacífico e anular regulamentações

Imagem de Trump em um ato em Maryland. Em vídeo, as medidas que vai tomarVídeo: AFP / EPV

Entre as promessas feitas por Donald Trump como candidato, uma era a de que com ele na Casa Branca os norte-americanos seriam muito mais felizes. Depois de criar uma infinidade de expectativas entre seus seguidores, a quem prometeu transformar os fundamentos do país, o novo presidente norte-americano enfrenta, desde sua posse na sexta-feira, dia 20 de janeiro, o risco de não decepcionar.

Como tudo no universo Trump —uma confluência de espetáculo midiático, populismo e receitas clássicas republicanas—, é um mistério quais serão as primeiras decisões do 45º mandatário da primeira potência mundial. Duas semanas antes de sua vitória eleitoral, em novembro, o magnata imobiliário anunciou que em seu primeiro dia na Casa Branca aprovaria um pacote de decretos para “restaurar a lei e devolver postos de trabalho”, que incluiriam medidas no comércio, imigração e segurança nacional. O objetivo, proclamou, é “voltar a tornar a América grande para todos”.

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O novo porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, explicou na quarta-feira que Trump provavelmente assinaria na sexta-feira quatro ou cinco ações executivas relacionadas à burocracia governamental. Na segunda-feira, seu primeiro dia completo de trabalho no Salão Oval, aprovaria outros decretos. A única coisa que se sabe da agenda de Trump nas primeiras 72 horas depois de sua posse é que na sexta, depois de jurar o cargo e pronunciar seu discurso inaugural, participará do desfile e de bailes presidenciais em Washington, e que no sábado assistirá um serviço religioso.

“Temos coisas planejadas, mas neste momento estamos olhando para várias semanas de uma agenda muito cheia”, disse Spicer. Vários assessores de Trump explicaram ao jornal The Washington Post que suas primeiras ações seriam “agressivas”. Outro o descreveu como um “tsunami”.

Segundo a publicação Politico, os primeiros decretos instarão o Congresso a anular a reforma da saúde do presidente Barack Obama, que deixa o governo, e construir um muro na fronteira do México. Ambas eram promessas da campanha eleitoral. Também fará ações contra lobbies e regulamentações energéticas.

Se forem julgadas as promessas feitas por Trump em um vídeo em novembro sobre seus primeiros 100 dias, em seu primeiro dia no Salão Oval poderia agir nas seguintes áreas:

Comércio: O republicano anunciou que assinaria uma notificação de saída da Associação Transpacífica, o acordo de livre comércio entre Estados Unidos e 11 países do Pacífico. O magnata, que fez do protecionismo uma bandeira eleitoral, considera o TPP um “desastre” e anunciou que negociará acordos bilaterais.

Energia: Trump anunciou que cancelaria restrições no setor energético, incluídas prospecções petroleiras, de gás natural e carvão.

Regulamentação: O republicano disse que para cada nova regulamentação aprovada, duas seriam eliminadas.

Segurança nacional: Pedirá à cúpula militar que apresente um plano para proteger os interesses norte-americanos diante de cyberataques. A solicitação é relevante depois da tensão entre Trump e a cúpula da inteligência devido à pirataria russa durante a campanha eleitoral contra a democrata Hillary Clinton.

Imigração: Trump anunciou que instará o Departamento de Emprego a “investigar todos os abusos dos programas de visto que minam o trabalhador norte-americano”. Mas não fez nenhuma referência às deportações de imigrantes sem documentos nem ao muro na fronteira com o México.

Reforma ética: Será proibido que qualquer funcionário da Administração possa se tornar lobista nos cinco anos primeiros anos depois de deixar o serviço público. E se imporá um veto vitalício a que ex-funcionários façam lobby para um Governo estrangeiro.

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