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Cadeia que “isolava” presos do PCC registra quatro mortes em Manaus

Governo Temer envia ajuda a três Estados, mas Roraima, que teve 33 mortos, ainda não fez o pedido formal

Policiais em frente à Cadeia Pública de Manaus, no dia 6.
Policiais em frente à Cadeia Pública de Manaus, no dia 6.REUTERS

Quatro detentos foram mortos na madrugada deste domingo em mais uma rebelião em presídios na região Norte do Brasil. Desde o dia 1º de janeiro, o número de assassinatos nas prisões já chegou a 97 vítimas. Dessa vez, a chacina voltou a acontecer em Manaus, capital do Amazonas. Esse é o terceiro registro nessa cidade, nas outras duas ocasiões morreram 60 pessoas em decorrência de uma disputa de poder entre as facções criminosas Primeiro Comando da Capital e Família do Norte.

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Os quatro assassinatos ocorreram na Cadeia Pública de Manaus. Um detento morreu asfixiado e outros três foram decapitados. Esta prisão foi o local para onde o Governo amazonense transferiu 283 presos na semana passada depois do massacre de 56 detentos no Complexo Penitenciário Anísio Jardim (Compaj). Em um primeiro momento, todos os transferidos tinham vinculação ou simpatia com o PCC. Porém, os assassinatos desta madrugada colocam em xeque a tese da gestão estadual de que ao separar as facções a violência recrudesceria. Entre os transferidos haviam detentos provisórios, ou seja, que ainda não tinham sido julgados e não estava claro qual era o grau de periculosidade deles. Quase 56% dos presos do Amazonas são provisórios, segundo o Ministério da Justiça.

O “isolamento” imposto pelas autoridades ocorreu em uma cadeia que havia sido desativada no ano passado porque não tinha as mínimas condições de abrigar qualquer pessoa. Infiltrações, muros em vias de despencar, buracos no chão, esgoto vazando eram alguns dos problemas do local, segundo agentes penitenciários.

Reforço tardio

Na mesma manhã em que mais uma chacina foi registrada, o Governo de Michel Temer anunciou que enviará equipamentos que ajudam na contenção de rebeliões para três Estados: Amazonas, Mato Grosso e Rondônia. Para o primeiro deles também serão enviados profissionais da Força Nacional.

Os governadores dessas três unidades da federação haviam solicitado os armamentos porque temiam um aumento da violência prisional dentro dessa disputa entre os grupos criminosos. Para Roraima, onde na sexta-feira passada morreram 33 detentos na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), nada foi mandado porque, de acordo com o Ministério da Justiça, a governadora Suely Campos ainda não fez a solicitação formal.

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