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Sobe para 77 o número de mortos na Sibéria por ingerir loção em vez de vodca

Rússia processa funcionária regional e prende 23 pessoas ligadas à venda da bebida com metanol

Policial averigua loja durante operação em Irkutsk, na segunda-feira 19 de dezembro.
Policial averigua loja durante operação em Irkutsk, na segunda-feira 19 de dezembro.Ministerio ruso de Interior (EFE)

A ingestão de uma loção de banho com alta concentração alcoólica causou a morte de 77 pessoas na província siberiana de Irkutsk. É comum, na Rússia, pessoas com poucos recursos substituírem a vodca por remédios, loções e colônias baratas, frequentemente mercadorias ilegais em que se acrescenta o metanol.

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O total de pessoas intoxicadas ultrapassa a centena. Na cidade de Irkutsk, capital da província de mesmo nome, o prefeito, Dmitri Bérdnikov, decretou estado de emergência. A polícia, por sua vez, recuperou a loção, cujo rótulo não indica a presença de metanol e que continuou a ser vendida apesar dos primeiros casos de morte por intoxicação, que vieram a público há dez dias. O comitê de investigação russo determinou abertura de processo criminal tanto pela adulteração dos produtos quanto pela venda ilegal.

A comissão de investigação formada a pedido do primeiro-ministro russo, Dmitri Medvédev, abriu uma ação penal contra a funcionária do governo regional de Irkutsk Yevgeniya Nefedova por negligência, avaliando que havia provas suficientes para fechar o local que distribuía o produto e que Nefedova se limitou a multar. Além disso, mais de 20 pessoas foram presas. A última delas, o chefe de inspeção do órgão de defesa dos direitos do consumidor, Mikail Luzhnov, foi acusado de negligência e teve de ser internado em um hospital às pressas depois de sofrer um infarto.

Ainda estão nos hospitais 16 pessoas intoxicadas. Segundo os meios de comunicação locais, a maioria das vítimas tinham entre 25 e 50 anos de idade. Todas elas, com exceção de um morador de rua, procedem de famílias de baixa renda e já consomem essa mesma loção há vários anos. O problema, segundo os investigadores, ocorreu quando a empresa que a produz trocou de fornecedor do álcool.

Segundo a agência Reuters, cerca de 12 milhões de pessoas –de uma população total de mais de 140 milhões— recorrem na Rússia ao consumo de produtos baratos com elevado teor alcoólico. A polícia descobriu várias fábricas clandestinas desse tipo de produto, além de armazéns com milhares de caixas de garrafas com álcool ilegal. Para combater essas práticas, entre outras medidas, o Governo proibiu temporariamente a venda de bebidas alcoólicas não certificadas.

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