Libertadores 2017 fica com cara de Champions League
Conmebol muda formato de sua principal competição, que será disputada de fevereiro a novembro
Pouco tempo depois dos escândalos de corrupção que abalaram o futebol sul-americano e mundial no último ano, a Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) deu o primeiro passo para tentar limpar um pouco a imagem da entidade. Na última terça-feira foi anunciada uma mudança completa no calendário da Libertadores da América, a principal competição de clubes organizada pela Conmebol. A partir de 2017, o torneio deixará de ocupar apenas seis meses e passa a ser disputada durante praticamente o ano inteiro, de fevereiro a novembro, seguindo o modelo europeu da Champions League.
Por questões estritamente comerciais, já que o Brasil é o maior mercado de futebol na América do Sul, o país ganhou duas das seis vagas extras distribuídas na Libertadores 2017, que agora terá no mínimo sete clubes brasileiros no próximo ano. Até a semana passada, quatro clubes brigavam por vagas na Libertadores no Campeonato Brasileiro. Agora, o torneio distribuirá seis vagas. A sétima e última fica com o campeão da Copa do Brasil. A CBF, porém, ainda não definiu de que maneira serão feitas as mudanças no apertado calendário do futebol nacional sem que as equipes classificadas sejam prejudicadas no ano que vem. No Twitter, o presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, tentou tranquilizar os brasileiros em relação a isso: "Amigos do Brasil: O novo calendário da Libertadores e Sul-Americana é compativel com calendário do futebol brasileiro".
Um dos representantes brasileiros na reunião na sede da Conmebol para implementação das mudanças na Libertadores foi o presidente do Atlético-MG, Daniel Nepomuceno. Ele falou que as alterações precisarão de apenas três datas a mais no Brasil e explicou por que vê como positivas as novas diretrizes. "Entendo que as mudanças são saudáveis para o futebol, principalmente o brasileiro. Teremos uma maior competitividade no nosso campeonato, maior visibilidade e maior rentabilidade", disse.
Para Pedro Trengrouse, professor da FGV, especialista em direito, gestão e marketing esportivo e candidato à presidência do Fluminense, as mudanças feitas pela Conmebol realmente não devem congestionar ainda mais o calendário brasileiro, mas estão longe de resolver os maiores problemas do futebol sul-americano. "O calendário brasileiro já é tão inchado que não muda quase nada: os clubes grandes continuam jogando muito, na maioria das vezes jogos deficitários, e os pequenos jogando muito pouco. Quase 90% dos clubes brasileiros jogam apenas quatro meses por ano em média. Esse é o maior problema do nosso calendário".
Trengrouse acredita que a saída para modernizar os campeonatos internacionais na América é a junção das confederações que comandam o futebol no continente: a Conmebol e a Concacaf (Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caribe). "Porque só a América é dividida em duas confederações e todos os outros continentes são unidos? O Brasil ganhou mais duas vagas na Libertadores porque paga a conta da competição. É o único grande mercado da América do Sul e, com a impossibilidade de participação de times mexicanos, a situação fica ainda pior".
A final do torneio no ano que vem continuará a ser disputada em dois jogos. Havia a possibilidade de ser adotado o modelo da Champions League, que tem a decisão em jogo único e sede previamente escolhida a cada ano, mas a proposta não foi aceita.
Copa Sul-Americana também muda
A Copa Sul-Americana, outra grande competição organizada pela Conmebol, também sofreu alterações: começará dois meses antes e será disputada entre junho e dezembro em 2017. Além disso, dez clubes que não se avançarem às oitavas da Libertadores seguirão na Copa Sul-Americana, algo que também acontece na Europa com os times eliminados na Champions que vão disputar a Liga Europa. Mesmo com todas essas 'coincidências' com o modelo europeu, o presidente da Conmebol fez questão de ressaltar que "o calendário anual busca superar os desafios do futebol sul-americano e potencializar as qualidades, não imitar".
Veja como ficou a distribuição de vagas para a Libertadores e a Copa Sul-Americana em 2017:
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