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Novas greves na Argentina aumentam a pressão sobre Mauricio Macri

Empregados estatais e docentes paralisam a atividade e marcham por Buenos Aires

Os sindicatos docentes marcham por Buenos Aires.
Os sindicatos docentes marcham por Buenos Aires.EFE

A Confederação Geral do Trabalho (CGT) convocou uma nova greve nacional na Argentina, mas ainda não estabeleceu a data. Isso não parece impedir que os sindicatos, alinhados ou não à principal entidade operária, desenvolvam medidas de luta e pressionem o presidente Mauricio Macri. Na terça-feira foi a vez dos sindicatos docentes secundaristas e universitários, os profissionais de saúde e os funcionários públicos. E, mesmo que as exigências sejam diferentes, todos buscam a mesma coisa: aumentos de salário para combater a inflação e, ainda que não o digam, pressionar para que a CGT confirme uma mobilização federal.

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O secretário geral da União dos Docentes Argentinos (UDA) e secretário de Políticas Educativas da CGT, Sergio Romero, afirmou que “a paralisação superou os 90% de adesão em todo o país” poucas horas após o início dos protestos. O pedido dos docentes é pela “reabertura de negociações salariais, contra a sub-execução orçamentária denunciada pelos professores e a continuidade dos programas educativos”. “É uma mensagem clara para as autoridades que continuam levando adiante sua gestão sem levar os docentes em consideração”, afirmou o dirigente em um comunicado. A responsável pela Confederação de Trabalhadores da Educação (Ctera), Sonia Alesso, foi no mesmo sentido ao dizer que os conflitos que não forem resolvidos agora irão “dificultar o início do próximo ciclo letivo”. Alesso manifestou a “preocupação” dos sindicatos que consideram que existe uma “sub-execução orçamentária e a chegada do ajuste no âmbito da educação”.

A coluna de educadores se dividiu em duas para realizar uma mobilização massiva que complicou o trânsito durante boa parte do dia na Cidade de Buenos Aires. Uma delas se reuniu em frente ao Congresso da Nação e marchou até o Ministério da Educação. A outra, em sintonia com a mobilização da Associação de Trabalhadores do Estado (ATE), do cruzamento das avenidas 9 de Julio e De Mayo até a praça situada em frente ao Congresso. O protesto chegou a ter 400 metros repletos de manifestante e reuniu delegações dos diferentes sindicatos das províncias de Córdoba, Misiones, Chaco, Formosa, Entre Ríos, Tierra del Fuego, Río Negro, Santa Fe e Buenos Aires, além de militantes de partidos de esquerda. O restante dos sindicatos que participaram da atividade são os docentes universitários da Conadu histórica e a Federação Nacional Docente. Também estiveram presentes o Sindicato Unificado de Trabalhadores da Educação de Buenos Aires (Suteba), liderado por Roberto Baradel; e o Sindicato Argentino de Docentes Particulares (Sadop), chefiado por Mario Almirón.

“O Governo não pode dar as retenções de salário aos setores mais ricos e poderosos da Argentina e deixar que os trabalhadores sofram a diminuição de seus salários, no marco de um ajuste econômico e do aumento da tarifa dos serviços”, disse Roberto Baradel. No mesmo sentido, o secretário geral da ATE Capital, Daniel Catalano, afirmou que “estar nas ruas” é o “único caminho” diante da perda de “11% da massa salarial” em relação à inflação. “Se não existem respostas do governo nacional, nós vamos continuar endurecendo nossas medidas de força”, disse Catalano.

Mas o governo nacional adiantou que “a negociação salarial docente não será reaberta, mas o diálogo sobre a condições de trabalho continuará”. “No último acordo salarial, que permitiu que as aulas começassem a tempo e corretamente, foi incorporada uma cláusula que coloca o valor do salário mínimo docente 20% acima do mínimo, vital e móvel (que é de 8.060 pesos [1.705 reais]). Graças a essa cláusula ocorreu outro incremento em setembro que representa um aumento de 47% anual e chegará a 50% em janeiro”, acrescentaram fontes oficiais.

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