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Doria: “Vou dialogar com os movimentos sociais, mas não aceitarei irresponsabilidade”

O candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo foi o quarto entrevistado pelo EL PAÍS e TV Brasil

João Doria, nesta quarta-feira durante a entrevista.
João Doria, nesta quarta-feira durante a entrevista. Ricardo Matsukawa

João Doria Jr., candidato à prefeitura de São Paulo pelo PSDB nas eleições municipais 2016, é o quarto entrevistado pelo EL PAÍS Brasil e a EBC nesta quarta-feira, a partir de 12h30. Os veículos fizeram uma parceria para sabatinar os candidatos da capital paulista. Doria é um empresário, conferencista e apresentador de TV — chegou a apresentar o reality show O Aprendiz. Ele é criador Grupo Doria, que reúne seis grandes empresas, entre elas o LIDE, uma associação de empresários criada em 2003 que reúne uma série de companhias nacionais e internacionais. Em sua campanha, costuma destacar que não é um político, mas sim "um administrador".

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Na sabatina, o candidato afirmou que a cidade precisa de um gestor para melhorar seus indicadores, mas diz que pretende dialogar com os diferentes movimentos sociais que atuam na cidade. "O que não vamos aceitar é a irresponsabilidade. Nas boas conversas, você resolve", destacou ele, que afirma que será um "líder respeitado", quando estiver na Prefeitura, caso eleito.  

Doria também destacou que pretende investir em Parcerias Público Privadas em diversas áreas da administração municipal, como a habitação. Ele afirma que pretende fazer uma espécie de Plano Diretor para o centro da cidade, que já estaria sendo desenhado por um arquiteto de forma pro bono (gratuita). Ainda no escopo das parcerias com o poder privado, ele afirma que pretende fazer uma parceria com 40 hospitais privados, que atendam usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) de madrugada, proposta que está sendo chamada de Corujão.  "Há mais de 100.00 pessoas esperando na cidade. Uma pessoa leva quase dois anos para conseguir fazer um exame na cidade", ressaltou. Questionado sobre como as pessoas da periferia conseguirão chegar a esses hospitais de madrugada, muitas vezes distantes de suas casas, já que o transporte público de nesses horários é escasso, ele afirmou que há linhas disponíveis e, onde não existir, a Prefeitura criará linhas.

Outra de suas propostas para a saúde também foi tema de debate. Ele afirma que pretende contratar 800 médicos em caráter de urgência para trabalhar nas periferias. "Vamos trazer médicos recém-formados, de universidades da capital e da região metropolitana e oferecer para eles, principalmente, a segurança porque não tem segurança nessas unidades de saúde", disse. Ele afirma que pretende colocar a Guarda Civil Metropolitana para atuar nos locais e que elas funcionarão 24 horas por dia.

Doria, cuja candidatura não recebeu apoio de nomes importantes do PSDB, diz acreditar que seu partido o apoiará como um todo. "Gradualmente virão todos eles", que destacou que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso gravará um apoio para o seu programa eleitoral. Ele também negou que haja qualquer cisão dentro do partido e evitou responder se, caso eleito, poderá aproveitar o capital político recém-adquirido para tentar substituir seu padrinho político, Geraldo Alckmin, no Governo do Estado, em 2018. "Eu venho para ser prefeito. Não tenho nenhuma vocação para fazer trajetória política. Neste momento, não tenho", disse ele, que ressaltou que é contrário à reeleição e que não pretende concorrer a um segundo mandato seguido, se eleito. No entanto, não respondeu diretamente se se compromete a seguir até o final de seu primeiro mandato, caso ganhe.

O candidato também afirmou que, na semana seguinte à sua posse, mudará as velocidades mínimas nas marginais, que foram alteradas pelo prefeito Fernando Haddad (PT) e têm causado polêmica. Haddad ressalta que a medida ajudou a reduzir o número de acidentes na cidade, o que Doria qualificou como uma "falácia para defender a indústria da multa da cidade". "Nas marginais passam 3,5 milhões de pessoas todos os dias. Milhões delas dependem dessas vias para sobreviver no transporte de mercadorias e pessoas. Não faz sentido ter uma velocidade reduzida em uma via expressa".

As entrevistas com os candidatos serão transmitidas ao vivo pelo site do EL PAÍS Brasil e em edição especial do Repórter SP, às 12h30 (de 8 a 16 de setembro) e ao meio-dia (de 19 a 23 de setembro) na TV Brasil, e poderão ser acompanhadas pelo portal EBC. Assista à entrevista com João Doria Jr. na íntegra:

Sabatina com João Doria Jr

Acompanhe ao vivo a entrevista com João Doria, candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PSDB, com os jornalistas do EL PAÍS Brasil e da EBC http://cort.as/lXRm

Posted by EL PAÍS Brasil on Wednesday, September 14, 2016
Encerrada a última sabatina da série. Marta Suplicy e Celso Russomanno não aceitaram o convite para participar.
"Chamamos os trabalhadores para se mobilizar contra o golpe de Estado", diz.
Áreas agradece o convite, diz que é a primeira vez que o PCO participa de uma sabatina na TV aberta.
Considerações finais
"Bater no PT significa se alinhar com a direita", diz Áreas. Ele não acha que a decepção com o PT pode se reverter em votos para o PCO. "Do ponto de vista ativista é natural que os petistas tenham simpatia por nós"
Gil Alessi pergunta se o descontentamento com o PT pode refletir nas eleições e dar votos para o PCO neste ano.
Áreas diz que há uma tradição do PCO de fazer campanha pelo voto nulo no segundo turno. "O PT é um partido que representa a burguesia", diz.
Aline Scarso pergunta: se Haddad chegar ao segundo turno, o PCO vai apoiá-lo?
"Acho que sim", diz Áreas. "A burguesia e os capitalistas conseguem seu lucro a partir do trabalhador".
"Ainda é momento de se falar trabalhadores e burguesia", pergunta a apresentadora, lendo o programa de governo do PCO.
O candidato do PCO diz que ainda existem muitas fábricas nas cidades e mesmo os setores de serviços, como os Correios, onde Áreas trabalha, funciona com uma classe operária.
A maioria dos trabalhadores está no setor de serviços, diz o repórter do EL PAÍS.
André Oliveira pergunta se não é antiquado estar em uma organização operária nos dias de hoje.
Aline Scarso pergunta sobre as alianças feitas pelo PCO em nível nacional.
Henrique Áreas responde dizendo que o problema é a dificuldade de locomoção na cidade. "Para o trabalhador, o interessante é que tenha transporte público eficiente".
André Oliveira pergunta se a diminuição da velocidade nas vias não beneficia também o trabalhador que vai a pé para o trabalho, já que é uma medida de segurança.
Henrique Áreas diz que a direita se diz contra para atacar o prefeito Haddad.
Gil Alessi pergunta sobre o limite de velocidade nas vias e a cobrança de multas. O PCO é contra as multas, uma visão mais alinhada com a direita. "Não é contraditório?", pergunta.
"A gente defende o não pagamento de nenhuma dívida", diz Áreas. Daí sobraria dinheiro para aumentar o salário mínimo, segundo o candidato.
A apresentadora pergunta sobre a proposta de aumentar o salário mínimo para 4.000 reais.

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