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Mayra Aguiar, mais um bronze para uma judoca sinônimo de pódio na Olimpíada do Rio

Brasileira ganha segundo bronze em olimpíadas e já mira Jogos de Tóquio, em 2020

Rodolfo Borges
Mayra Aguiar beija a medalha de bronze,
Mayra Aguiar beija a medalha de bronze,JACK GUEZ (AFP)

Mayra Aguiar disputou sua primeira competição de judô aos seis anos, idade com a qual ainda não poderia competir. A menina insistiu tanto que o treinador acabou permitindo. Mayra ficou em segundo lugar naquele torneio e lembra que, depois de chorar e lamentar a derrota, perguntou aos pais quando era a próxima competição. Nesta quinta-feira, a judoca brasileira conseguiu sua segunda medalha de bronze em olimpíadas — a outra foi em Londres 2012 — e, a exemplo do que fez 19 anos antes, deixou o tatame pensando no próximo desafio: a Olimpíada de Tóquio, em 2020.

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"Completei 25 anos e tenho muito caminho pela frente. Agora tem [a Olimpíada no] Japão. Saindo daqui, começa um novo ciclo", disse a judoca em sua primeira entrevista após vencer a cubana Yallenis Castillo na categoria até 78kg. "Saio feliz. Não consegui meu maior objetivo, mas dei a volta por cima. É uma satisfação para o atleta conquistar uma medalha olímpica. Pensei que não fosse sentir esse gosto de novo", comentou, em referência à medalha de Londres. "É um momento muito difícil virar a cabeça, esquecer a derrota e entrar em uma nova competição. Ainda vou lutar muito. É mais uma para a conta de medalhas olímpicas", finalizou a judoca gaúcha campeã mundial de judô em 2014, na Rússia.

Apesar da pouca idade, Mayra Aguiar já é considerada uma referência para os judocas mais jovens. Ela ganhou sua primeira medalha em mundiais — de bronze — aos 15 anos, no Campeonato Mundial Júnior de judô, em 2006. No mundial de Bangcoc, dois anos depois, a medalha já foi de prata. Ainda em 2008, com apenas 17 anos, ela fez parte da seleção que representou o Brasil na Olimpíada de Pequim. Eliminada na primeira luta, ela voltou aos Jogos Olímpicos dois anos depois, em Londres, para ganhar seu primeiro bronze na competição. “Eu era muito jovem [em Pequim]. Me cobrava muito, até poderia ter ido melhor na competição, mas não era o momento. Eu precisava ‘cair’, perceber o que poderia mudar para melhorar depois”, diz a judoca em depoimento reproduzido em seu site.

A coleção de medalhas de prata e bronze de Mayra em mundiais foi ameaçada em 2013, quando, após mais um bronze no Campeonato Mundial do Rio de Janeiro, ela teve de operar o joelho direito e o cotovelo esquerdo. Após seis meses parada para se recuperar, a judoca conseguiu se classificar para o Campeonato Mundial de Chelyabinsk, no qual ganharia o ouro ao vencer a francesa Audrey Tcheumeo, a mesma adversária que lhe impediria de brigar pelo ouro na Rio 2016 nesta quinta-feira. Com o novo bronze, a gaúcha se torna a primeira brasileira a conseguir duas medalhas em esportes individuais. Como muitos de seus colegas brasileiros, a terceiro-sargento Mayra também defende a Marinha em jogos militares.

A medalha de Mayra Aguiar é a terceira do Brasil na Olimpíada do Rio — Felipe Wu conseguiu a prata no tiro esportivo de 10m e Rafaela Silva levou o ouro no judô até 57kg. Apesar de ser o esporte que mais rendeu medalhas ao Brasil até agora, a expectativa com o judô nesta Olimpíada era bem mais alta. Além de Mayra Aguiar estar entre os cotados para ganhar o ouro, esperava-se medalhas de judocas como Sarah Menezes (até 48kg), Érika Miranda (até 52kg), Victor Penalber (até 81kg) e Tiago Camilo (até 90kg). Assim como Mayra, muitos deles terão uma nova chance para brigar pelo ouro daqui a quatro anos.

Mayra beija o namorado após conquista.
Mayra beija o namorado após conquista.TORU HANAI (REUTERS)

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