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Filas quilométricas marcam o primeiro dia de competições

Houve engarrafamentos, caos no transporte e algumas trocas de socos

María Martín
Filas para entrar no centro de tênis no Parque Olímpico.
Filas para entrar no centro de tênis no Parque Olímpico.MARTIN BERNETTI (AFP)

Não foi um dia fácil para aqueles que madrugaram para ver as primeiras competições da Rio 2016. O espírito de orgulho e eficiência que invadiu a cidade na sexta-feira, após o êxito de uma cerimônia de abertura espetacular, pareceu se diluir com os primeiros raios de sol. Houve engarrafamentos, caos no transporte, muitas filas e algumas trocas de socos.

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Às 9h, percorrer os 2,3 quilômetros que separam um dos hotéis da região do Parque Olímpico dos estádios significava uma hora e dez minutos em um ônibus – 20 minutos a mais do que o trajeto de 44 quilômetros que separa a Barra da Tijuca, o bairro olímpico, do Parque de Deodoro, onde são realizadas as provas de tiro, hipismo e mountain bike, entre outras. O Comitê Olímpico Espanhol teve que suspender uma entrevista coletiva da seleção de polo aquático feminino, prevista para as 12h30 na Vila Olímpica, por “problemas de transporte e horário”.

O público foi quem levou a pior. Enquanto a primeira partida da seleção brasileira feminina de handebol começava, centenas de pessoas faziam filas de cerca de duas horas para entrar no Parque Olímpico. Os espectadores queriam informações mas não encontravam a quem pedir. Segundo a imprensa, houve várias brigas entre os torcedores que, apressados para chegar às arquibancadas, tentaram furar as filas. Houve até trocas de socos. Quando começou o segundo tempo, o ginásio começou a ficar cheio e o clima mudou. Ainda assim, havia muitos assentos vazios. As jogadoras reconheceram que o incentivo do público – que em sua maioria chegou no segundo tempo – ajudou em sua difícil vitória contra a Noruega. O Comitê Organizador pediu desculpas pelos atrasos e pediu reforços às autoridades para acelerar os controles de segurança necessários para se ter acesso ao Parque.

A partir das 12h, a situação começou a melhorar, mas boa parte do público já tinha chegado tarde às provas. A psicóloga Luciana Angelo chegou ao Parque Olímpico às 9h após uma odisseia desde Copacabana, com seu marido e outro casal. O grupo viajou sem atrasos no novo metrô reservado aos Jogos, mas encontrou filas enormes para entrar nos ônibus expressos (BRT) que vão até os ginásios. Sua intenção era assistir ao polo aquático, que começou justamente quando Luciana e os amigos conseguiram chegar ao Parque. Mas ao tentarem entrar no local de prova, uma nova fila os atrasou. Chegaram à piscina uma hora depois, quando a primeira partida já tinha terminado. “Tinha muita gente e todos nós estávamos impacientes. É verdade que muitos de nós chegamos na última hora, mas a logística poderia ser muito melhor. Só havia duas portas para entrar”, reclamaram.

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