Vacina contra zika começa a ser testada em pessoas
EUA iniciam o primeiro ensaio de uma imunização contra o vírus
Os Estados Unidos começaram a testar em humanos uma nova vacina contra o zika vírus enquanto Estados do sul, como a Flórida, registram os primeiros contágios e começam as tarefas de dedetização.
A atual epidemia do zika já afeta 67 países onde existe transmissão por mosquitos. O vírus só causa sintomas em um de cada cinco contagiados, mas em alguns casos pode provocar más-formações no cérebro do feto e problemas neurológicos em adultos.
O Brasil é, de longe, o país mais afetado, com mais de 1.700 bebês com microcefalia associada ao zika. Nos EUA, um bairro de Miami já registrou 14 contágios pela picada de mosquitos autóctones. O Centro de Controle de Doenças recomendou que as mulheres grávidas não viajem para a região. O país registrou mais de 1.600 casos de zika, na maioria importados por viajantes, e 18 casos de más-formações fetais possivelmente relacionadas com o vírus, segundo a Organização Mundial da Saúde.
A nova vacina foi desenvolvida pelo setor de doenças infecciosas dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH) e é uma entre várias candidatas que pretendem começar a testar em humanos nos próximos meses.
"Os resultados dos testes em animais foram muito promissores", disse Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas, em um comunicado de imprensa difundido por essa instituição. "Estamos contentes por poder começar a testá-la em humanos", afirmou, "apesar de que ainda levará algum tempo antes que tenhamos uma vacina comercial disponível".
Um total de 80 voluntários saudáveis vai participar deste primeiro estudo, que será desenvolvido em três unidades médicas com o objetivo principal de demonstrar que o tratamento é seguro. A vacina consiste de um fragmento de DNA conhecido como plasmídeo, que produz várias proteínas do vírus do zika. Por si só são incapazes de infectar, mas quando começam a ser produzidos dentro do corpo o sistema imunológico os reconhece e cria anticorpos e glóbulos brancos capazes de lutar contra uma infecção real. A vacina se baseia em outra já desenvolvida contra o Vírus do Nilo Ocidental.
Os primeiros dados sobre a segurança e resposta imunológica são esperados para janeiro de 2017. Se os resultados forem favoráveis, terá início uma segunda rodada de ensaios (fase 2) no próximo ano nos países afetados pelo vírus. Por último, seria preciso realizar uma terceira rodada de testes sobre a eficácia da vacina. No total, esse processo leva no mínimo vários anos.
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