Clube Pinheiros, a nova China Town olímpica
Chegada dos atletas chineses que irão competir nos Jogos alterou a rotina deste clube tradicional de São Paulo
A chegada ao Brasil da primeira leva de atletas chineses que irão competir nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro alterou a rotina e o idioma de um dos clubes mais tradicionais da capital paulista. Durante as próximas duas semanas, o Clube Esporte Pinheiros será a sede de treinamento de uma das delegações favoritas da competição.
Para não causar transtornos aos 38.000 sócios do clube, os chineses têm usado o complexo poliesportivo de maneira escalonada, em horários pré-determinados. A ideia é que atletas e sócios nem se cruzem, já que o Comitê Olímpico pediu privacidade nos treinamentos durante essa reta final da preparação olímpica. Treinos abertos à imprensa tampouco estão programados e a segurança do local foi reforçada.
O contato só não está restrito para cerca de 180 sócios voluntários que estão a postos para ajudar a delegação no que for necessário. O grupo participou de palestras sobre cultura e história da China para receber da melhor forma os cerca de 300 chineses, entre atletas e comissão técnica, que começaram a chegar ao clube na semana passada. "Os brasileiros são muito receptivos e calorosos, mas os chineses têm costumes diferentes. Ao cumprimentá-los, é melhor evitar beijinhos e abraços, algo que é muito comum por aqui", conta a chinesa Sharon Huang, sócia da escola Made in China, que ministrou uma palestra sobre os costumes do país asiático aos voluntários há alguns dias. Huang também explicou que, diferentemente dos brasileiros, eles gostam de bebidas quentes. "Nada de aguá gelada, tomamos água quente e morna", conta a chinesa que também ensinou aos sócios algumas palavras úteis do mandarim como Ni hao (olá) e xie xie (obrigada).
"Ao cumprimentar os chineses , é melhor evitar beijinhos e abraços, algo que é muito comum por aqui"
Os voluntários também fizeram um treinamento de mediação de conflitos, já que há chances de que alguns sócios comecem a reclamar que pagam uma mensalidades cara e não estão podendo usar algumas dependências do clube. A recomendação é explicar que apesar do transtorno pontual, Pinheiros terá ganhos importantes com a estadia dos chineses no local. Além do legado das reformas que foram feitas para melhorar e adequar as instalações, o clube está recebendo do Governo Chinês em torno de 3,5 milhões de dólares.
Diversos atletas brasileiros também já treinaram no Pinheiros e conquistaram 10 medalhas olímpicas, como foi o caso do nadadores Gustavo Borges e César Cielo. Mas, para receber a delegação chinesa, o clube fez ajustes em alguns locais como seu salão de festas, onde foi montado o espaço para prática de badminton (na parte térrea) e o ringue de box (no mezanino), além de uma sala de fisioterapia e um centro de convivência/refeitório. O ginásios de handebol recebeu uma nova iluminação e um piso especial. Já o ginásio da ginástica artística também passou a contar com novos aparelhos e um tablado especial.
Comida armazenada
Apesar da delegação não ter feito nenhum pedido exótico de comida, um chef de cozinha também veio junto com a delegação e se integrou à equipe de cozinheiros do clube para o preparo das refeições. Há apenas uma exigência do Comitê Chinês: toda a comida preparada precisará ser armazenada por até 40 dias. A medida visa facilitar as investigações em caso de algum atleta testar positivo no doping. Dessa maneira, especialistas conseguiriam analisar se o competidor pode ter sido vítima de algum tipo de contaminação alimentar.
Os atletas, técnicos e preparadores de 14 modalidades - Esgrima, Tênis de Mesa, Badminton, Vôlei, Boxe, Tae-kwon-do, Natação, Pentatlo Moderno, Polo Aquático, Nado Sincronizado, Levantamento de Peso, Futebol, Ginástica Artística e Luta Olímpica - deixarão a cidade de São Paulo conforme o calendário de competições no Rio vá avançando. A última leva dos atletas deve deixar Pinheiros no dia 14 de agosto.
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