Nova York dá adeus a banheiros separados por sexo
Prefeito da cidade, Bill de Blasio, sanciona lei que prevê uso misto de toaletes individuais
Às vezes é uma silhueta de saia e outra de calça, outras vezes os clássicos símbolos de gênero (o círculo do qual pende uma cruz ou se ergue uma seta) ou coisas mais imaginativas. Essas formas de identificar os banheiros femininos e masculinos em bares, restaurantes e outros lugares públicos vão desaparecer de Nova York, pelo menos nos casos em que esses toaletes tiverem capacidade para apenas um ocupante por vez.
O prefeito Bill de Blasio acaba de sancionar uma lei que obriga os banheiros individuais a serem unissex, com uma clara identificação nesse sentido. Assim, quando a pessoa se deparar com duas portas contíguas com a sigla WC, em vez de um pictograma feminino e outro masculino, isso quer dizer que qualquer pessoa, independentemente da sua identidade de gênero, é bem-vinda em ambos. Por trás dessa lei há uma iniciativa de apoio aos direitos das pessoas transgênero. Há poucos dias, a prefeitura já havia lançado a primeira campanha pública dos Estados Unidos em que pedia aos nova-iorquinos que usassem o banheiro relativo ao gênero com o qual se sintam identificados. Isso ocorre porque os transgêneros – que nos EUA já podem se casar e, desde o último dia 30, servir às forças militares – ainda encontram problemas na hora de usar banheiros públicos.
“A cada dia, os transgêneros precisam lutar contra o fato de suas escolhas os levarem a sofrer perseguições ou coisa pior, e designar os banheiros individuais como sexualmente neutros é uma forma de criar um ambiente mais amigável”, resumiu o vereador Daniel Dromm.
Atualmente, Estados conservadores como Carolina do Norte e Mississippi têm normas determinando que as pessoas devem usar o banheiro público do sexo com o qual nasceu. Por outro lado, o Governo Obama expediu uma portaria determinando que todos os edifícios federais tenham banheiros unissex. Os banheiros públicos viraram, em suma, o campo de batalha pelos direitos civis nos EUA. Já havia sido assim quando as mulheres exigiram o direito de usá-los no seu lugar de trabalho e quando os negros lutaram contra a segregação.
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