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Editoriais
São da responsabilidade do editor e transmitem a visão do diário sobre assuntos atuais – tanto nacionais como internacionais

Colômbia no caminho da paz

A paz é muito mais do que uma assinatura, mas podemos estar no princípio do fim

O líder das FARC, Rodrigo Londoño Echeverri, alias "Timochenko" (d), estreita a mão do presidente de Cuba, Raúl Castro.
O líder das FARC, Rodrigo Londoño Echeverri, alias "Timochenko" (d), estreita a mão do presidente de Cuba, Raúl Castro.Alejandro Ernesto (EFE)

Por enquanto é apenas o fim das hostilidades, anunciado nesta quinta-feira com o mais recatado nome de cessar-fogo entre o Estado colombiano e as FARC, tendo a expectativa da assinatura do tão esperado acordo de paz no próximo dia 20 de julho. É preciso se perguntar, no entanto, se estamos no início do fim ou apenas no fim do início.

As negociações começaram em Havana há três anos e seis meses e o acordo implica o abandono das armas por parte dos rebeldes; a reincorporação da guerrilha à vida civil e política em total segurança; e a demarcação das zonas em que se concentrariam as tropas das FARC, sob supervisão internacional, principalmente da ONU. Quinta-feira, 23 de junho, pode ter sido o último dia da guerra.

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Mas a paz é muito mais do que uma assinatura, é a construção de uma Colômbia mais justa ou, simplesmente, justa. É um caminho que passa por outra negociação de facto que começa no mesmo dia em que o acordo for selado, sem esquecer uma tentativa anterior que terminou em um banho de sangue dos que tinham se reintegrado à normalidade. O Congresso precisa cumprir o seu papel na aprovação das leis, provavelmente haverá um plebiscito, mas todo o quadro tem uma fraqueza: nenhum guerrilheiro, pelo menos notório, vai pagar, como se diz em colombiano, pena de prisão. E, embora os partidos políticos apoiem com entusiasmo variável a assinatura, o Centro Democrático do ex-presidente Álvaro Uribe, com indiscutível eco popular, faz campanha contra o que chama rendição do Estado para um punhado de assassinos.

E mesmo com a assinatura ainda faltaria resolver a insurreição, apesar de menor, do ELN e o banditismo paramilitar. Por isso, a paz é hoje um objetivo distante, mas possível de ser alcançado. Estaríamos, assim, no início do fim.

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