Congressistas democratas fazem ‘sentaço’ para cobrar controle de armas
Parlamentares se instalam no chão do plenário para exigir sessão para votar projeto sobre o tema
Um grupo de congressistas democratas da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos protagonizou nesta quarta-feira de manhã um protesto sentando no chão do Congresso para solicitar medidas que limitem a venda de armas. O chamado sit-in é uma forma tradicional de desobediência civil usada em greves e, no passado, pelos negros para exigir respeito aos direitos civis. Os democratas têm cobrado dos republicanos que tomem ações após terem rejeitado possíveis medidas na segunda-feira no Senado, apenas uma semana depois do ataque de Orlando, o pior em território norte-americano desde os atentados de 11 de Setembro.
Sob a liderança do deputado do Estado da Geórgia John Lewis, um dos integrantes do movimento dos direitos civis ao lado do reverendo Martin Luther King no anos 1960, os democratas ocuparam o piso do plenário às 11h30 da manhã. “Em algumas ocasiões, devemos fazer algo fora do comum. Ficamos calados por tempo demais. Esse é o momento. Não ficaremos em silêncio”, disse Lewis. O protesto recebeu o apoio do presidente Barack Obama, que mostrou seu incentivo através de uma mensagem no Twitter.
Ao longo da manhã, até 100 democratas, tanto deputados como senadores, se reuniram na Câmara, esperando que o presidente da Casa, o republicano Paul Ryan, respondesse uma carta de Lewis exigindo manter o plenário em sessão e organizar uma votação sobre a regulamentação da venda de armas nos EUA. “Sem projeto de lei, não vai haver descanso” entoavam os políticos reunidos na manifestação, em referência ao recesso pelo feriado de 4 de Julho.
A eles se uniu o senador democrata Chris Murphy, que protagonizou uma campanha similar na semana passada ao discursar no Senado durante 15 horas solicitando uma votação para limitar a venda de armas. Joyce Beatty, uma das deputadas democratas que participaram do protesto, afirmou à emissora de televisão CNN que o grupo planejava permanecer “enquanto for necessário; o dia todo e a noite toda”, até que uma votação seja convocada. Em paralelo, do lado de fora do Capitólio, a líder da minoria democrata na Câmara, Nancy Pelosi, compareceu antes aos veículos de comunicação explicando o protesto. “Na Câmara, estamos exigindo uma votação”, acrescentou depois no Twitter.
Thank you John Lewis for leading on gun violence where we need it most. https://t.co/vctfqAH5Wt
— President Obama (@POTUS44) June 22, 2016
As câmeras do canal de televisão C-SPAN, o único com acesso ao plenário, são controladas pela Câmara, ou seja, em última análise pelo presidente da Casa, o republicano Paul Ryan. Como não há sessão nesta quarta, as câmeras foram desligadas poucos minutos após o começo do protesto, de forma que a retransmissão da manifestação foi feita pelos próprios congressistas através de Twitter, Periscope e outras redes sociais.
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